HBO Max: nova gestão é acusada de sabotar políticas internas pró-diversidade da Warner Bros

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De acordo com um artigo publicado pelo The Daily Beast na última quinta-feira (25), um grupo de ex-executivos e funcionários antes responsáveis pelo streaming HBO Max teria afirmado que desde o início da reestruturação interna que vem sendo feita por David Zaslav graças à fusão da Warner Bros com a Discovery, houve uma drástica redução de funcionários ligados a grupos étnicos minoritários nas equipes de supervisão de conteúdos produzidos e transmitidos pela plataforma, havendo o que é chamado por eles de uma “sabotagem a políticas internas pró-diversidade” da corporação.

Dois ex-profissionais não identificados relataram que durante o mês de agosto aproximadamente 70 pessoas foram demitidas, de modo que nisso equipes inteiras responsáveis por supervisionar e analisar conteúdos não roteirizados voltados para o público infantil, familiar e internacional foram dissolvidas por conta dos cortes e exonerações, assim como 3 divisões voltadas para a aquisição de programas e estabelecimento de parcerias diretas entre criadores de conteúdos.

Ainda segundo as informações que foram expostas, há no momento poucas pessoas como negros, latinos, asiáticos e LGBTQIA+ assumindo funções importantes que lidam hoje com a alta cúpula do serviço, de maneira que apenas os canais da rede HBO tem preservado uma cultura de diversidade em seu quadro de colaboradores.

Os ex-funcionários argumentam que além de questões puramente ligadas a âmbitos financeiros, estaria ocorrendo dentro da instituição uma reformulação também de percepção ideológica referente a IPs da Warner baseada nos valores da Discovery, na qual poderá ser manifestada em breve através de possível rejeição a temáticas consideradas “progressistas” em futuras obras, dando-se preferência a temas entendidos como “homogêneos” e voltados para o que o novo CEO da empresa compreende como o “telespectador médio americano”.

Gráficos referentes a pesquisas internas mostrados pelos ex-colaboradores ao Daily Beast apontam que há uma discrepância considerável entre os públicos alcançados por produções realizadas pela Warner Bros e pela Discovery. Nas palavras de um dos profissionais exonerados: “No que diz respeito a pessoas que consigam se ver representadas em tela, estamos conversando aqui sobre personagens LGBTQIA+ ou de etnias diversas, é bem diferente quando há com você pessoas com diferentes backgrounds envolvidas em decisões de bastidores. Pessoas como eu analisam conteúdos de forma diferente da que colegas meus brancos fazem, consigo pensar em coisas que nem passa pela cabeça deles.”

Já um dos ex-executivos que colaboraram com a reportagem, questiona: “O que eles irão fazer com esse número desproporcional de pessoas ‘de cor’ que foram demitidas? Elas precisam ser substituídas de alguma forma, ou será que eles não estão nem aí? É isso que parece para mim, que eles simplesmente não se importam.

Defendendo-se das críticas e acusações, a assessoria da HBO Max se pronunciou ao Daily Beast ratificando que a companhia não só sempre teve preocupação com assuntos e práticas referentes à diversidade como preservará sua visão sobre o assunto, destacando como exemplo a dedicação empregada em produções feitas há algum tempo pela plataforma e seus respectivos êxitos de crítica e público, como A Black Lady Sketch Show, Los Espookys, Rap Sh!t e Euphoria.

Em tempo, a Warner Bros Discovery vem trabalhando no desenvolvimento daquele que será o sucessor tanto do HBO Max quanto do Discovery+, que tem lançamento na América do Norte marcado para algum momento entre os meses de julho e setembro de 2023.