Evangelion: criador da série comenta sobre a produção de animes para o mercado internacional

Durante uma entrevista realizada ao site da revista Forbes do Japão, o animador e diretor Hideaki Anno, conhecido como o diretor por trás de todas as produções relacionadas à franquia Neon Genesis Evangelion, fez alguns comentários relacionados à produção de animes pensados para audiências internacionais.
Ao ser perguntado sobre que tipo de mudanças percebe nas requisições de conteúdos para grandes plataformas de entretenimento globais, como a Netflix, Anno declarou que nunca pensou em obras que trabalhou tendo a recepção do público de outros países em mente, almejando principalmente se estabelecer entre os consumidores e expectadores de seu próprio país de origem, embora demonstre gratidão caso pessoas de outras regiões do mundo possam apreciar ou mesmo se identificar com suas obras.
No entanto, para o principal nome por trás de Evangelion, mesmo esse reconhecimento não é suficiente para influenciar as suas decisões criativas e em suas palavras, Anno afirma que: “[…] a audiência tem que confiar naquilo que os criadores acham que é interessante. […] Lamento, mas quem assiste é que precisa ser capaz de se adaptar.” e chegou a mencionar como exemplo o diretor Hayao Miyazaki e o estúdio Ghibli, que segundo sua própria percepção, também não dão tanta importância às demandas de mercados fora do Japão, mesmo que com o passar dos anos tenham alcançado renome mundial por seu estilo de trabalho.
Ainda ao argumentar sobre sua visão de cineasta sobre a execução de histórias tendo como mídia o cinema, Anno chegou a comparar a dinâmica da “sétima arte” com a de jogos eletrônicos, e afirmou que enquanto percebe a primeira como uma “estrada de direção única”, nota que a última fornece uma interatividade que é capaz de por vezes acomodar o produto final às vontades de quem o está consumindo, de modo que não necessariamente as críticas manifestadas por quem as faz chegam de forma direta àqueles que atuam como principais articuladores de produções audiovisuais sob a perspectiva cinematográfica. “[…] Deixemos que quem entende de negócios arranjem meios de compreender o que fazemos, para depois vendê-las de forma apropriada. Esse é talvez o melhor caminho.”, ratificou.
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