Análise | Mashle: Magia e Músculos | Anime serve mais do mesmo e tropeça na própria apatia

A segunda temporada de Mashle: Magia e Músculos ganhou o seu último episódio dublado neste último sábado (20), para alegria daqueles que adoram acompanhar um anime todinho em português ou somente a história do jovem musculoso que seja. E como já fizemos uma análise da temporada anterior do anime aqui, é óbvio que a continuação merece o mesmo tratamento. Afinal, vale a pena continuar acompanhando a jornada do jovem Mash? Confira na análise de hoje.

Agora não mais um estreante, em seu segundo ano, o anime do estúdio A1 – Pictures vem com a missão de manter o sucesso de popularidade de sua primeira temporada e preparar os espectadores para os acontecimentos bem maiores que a história tratará daqui pra frente. Mas tanto o primeiro quanto o segundo objetivo, conquistam resultados bem medianos em comparação ao primeiro ano da produção. Se antes tudo era novidade e nós precisávamos nos acostumar, agora que já sabemos um pouco mais da história, vemos o anime se enrolar em seu próprio ritmo e tropeçar nos próprios pés. A mesmice da segunda temporada é alta e, especificamente para o público brasileiro, é quebrada apenas com uma adaptação de texto cômica que evoca até referências a Chaves; e uma dublagem carismática (apesar de sonoramente estridente em certos momentos com um dos coadjuvantes), entregue pelo elenco direcionado por Erick Bougleux, no estúdio Som de Vera Cruz.

Inclusive, a comédia nesta segunda temporada segue presente desde a abertura chiclete (“Bling-Bang-Bang-Born” de Creepy Nuts) até o encerramento sofisticado (“Tokyo’s Way!” de Shiritsu Ebisu Chuugaku), escolhas que se mostraram bem mais cativantes que as de sua primeira temporada, vale dizer. Mas como já deu pra entender, apesar das quebras de 4ª parede, acontecimentos extremamente apelativos narrativamente e descarada falta de interesse em se levar a sério, foi a intervenção brasileira quem fez o anime ganhar um brilho a mais se comparado com a versão original.

Já no que diz respeito ao visual, a constância da animação segue firme com alguns poucos sakugas vistos em momentos de confronto e ambientação razoáveis que compõe uma fotografia simples.

No geral, Mashle retorna sem muita expressividade em sua animação, com um roteiro costurado de maneira completamente previsível e que apesar de contar um capítulo importante pra história principal, quiçá bastante relevante, já que apresenta um grande inimigo em escala geral da própria narrativa, é enfraquecido pelo time cômico brand mas, felizmente, no caso do Brasil, é salvo pela competência do serviço de dublagem. Assim, respondendo a pergunta feita lá no início do texto, a segunda temporada de Mashle não é aquela amiga bonita dos animes pra te deslumbrar, nem a engraçada que compensa tudo no carisma te fazendo rolar de rir, basicamente é o famoso “feio arrumadinho” e acompanhá-lo será por sua conta e risco.

Mashle: Magia e Músculos está disponível no Brasil pela plataforma Crunchyroll com legendas e áudio em português.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*