Análise: Marvel Zumbis | Aventura caótica e divertida

E, mais uma vez, a Marvel Studios resolveu apostar em uma produção de terror — após o maravilhoso Lobisomem na Noite, que é o meu projeto favorito desta atual Saga do Multiverso. Desta vez, ela chega com zumbis, seguindo os acontecimentos vistos no quinto episódio da primeira temporada de What If…?.

Intitulado Marvel Zumbis, aqui iremos acompanhar um grupo de heróis sobreviventes tentando realizar uma missão. Admito que eu não sou um grande fã de produções envolvendo os mortos, com exceção a The Walking Dead e Guerra Mundial Z, mas fiquei curioso com esta animação por ser algo ambientado no Universo Marvel.

Foi divertido assistir, mas estes quatro episódios soaram como algo corrido, contudo este frenesi combina com a urgência do todo. A ideia inicial de Bryan Andrews (showrunner e diretor) era desta produção ser um filme, mas por conta da presença do Homem-Aranha a ideia teve de ser descartada, tendo em vista que os direitos do Teioso nos cinemas pertencem a Sony – e isso traria muita burocracia. A Marvel Studios pode realizar apenas animações de 20 minutos utilizando o cabeça de teia.

Bem, mas por ser uma produção voltada ao público adulto, eu esperava algo mais assustador ou com uma maior seriedade, mas até que tudo é bem divertido — a classificação surge apenas por cenas um pouco grotescas. Todavia, a leveza e humor de alguns personagens permanecem ali intactas. Algumas mortes são impactantes também, pelo fato de serem inesperadas.

Na trama, não começamos diretamente de onde What If…? terminou, mas esta explicação ocorre posteriormente. O início é com o trio formado por Ms. Marvel; Kate Bishop e Riri Williams, que estão vivendo juntas numa grande mansão e se arriscam vez ou outra na cidade em busca de suprimentos. Ao procurarem por comida, avistam um quinjet da S.H.I.E.L.D e correm na esperança de acharem algo de valor.

Este ‘algo de valor’ é encontrado e promete ser a grande esperança da humanidade. Após um breve debate, o trio decide levar esta ‘algo’ até seu destino para reverterem todo o caos existente no mundo e, com isso, a aventura começa. Porém, elas não imaginam que a Rainha dos Mortos também deseja esta misteriosa peça, mas quem é esta rainha? Wanda Maximoff, a Feiticeira Escarlate. Munida de inteligência e racionalidade, ela conseguiu controlar os zumbis, os fazendo parte de seu exército e os tornando conhecidos como os Herdeiros.

E é por isso que esta animação não é tão assustadora como eu pensei que fosse, os zumbis deixam aquele aspecto burro e sanguinolento e passam a serem controlados por Wanda. Não agem com selvageria, apenas como capangas da Rainha. E, tudo bem, afinal este é o Universo Marvel e não The Walking Dead.

Porém, uma coisa aqui me incomodou, pois a história pareceu imitar o que vimos em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura: uma Feiticeira Escarlate dominada pela loucura; em busca de algo com imenso poder e precisando da ajuda de uma menina para conquistar tal desejo. Até as falas dela me pareceram iguais, mesmo não sendo. Reciclaram uma ideia já realizada, mas em outro mundo. Me pergunto se foi proposital, pois os eventos neste universo sugerem similaridade com a Terra principal do MCU.

Outra coisa que me incomodou foi a falta de explicação para algumas situações. Afinal, por qual motivo a Capitã Marvel e o Ikaris estavam brigando eternamente naquelas montanhas? Em nenhum momento a Wanda cogitou utilizar o poder de ambos? Ou eles são muito poderosos até para sua Magia do Caos? E como que o Namor e seus soldados foram infectados? Bem, isso não é nada que atrapalhe a jornada, mas me fez refletir durante os episódios.

Mas há um imenso ponto positivo nesta animação e ele se chama Blade. O cara é fenomenal e rouba a cena em diversos momentos, ele também explica como se tornou o novo Avatar do Konshu: ele e Steve Grant (Cavaleiro da Lua) eram amigos, mas o mesmo foi tomado pela praga. Diante disso, o deus egípcio da lua o elege como seu novo corpo na Terra. Por ser centrado, de poucas palavras e um excelente lutador, o caçador de vampiros acaba se tornando um ótimo receptáculo, ao mesmo tempo em que os demais brincam sobre o fato dele sempre conversar com seu “amigo imaginário”.

No mais, mesmo com uma história que parece repetida e uma corrida contra o tempo, Marvel Zumbis agrada bastante. O resultado final é válido e nos deixa empolgados por uma segunda temporada, pois aquele último episódio deu um gancho enorme para a produção de novos capítulos.

E não se esqueça, esta é uma história de apocalipse zumbi com um toque da Marvel, então espere muitas surpresas envolvendo outros heróis que eu preferi omitir. Porém, direi uma coisa: Hulk.

Nota: 7/10

Marvel Zumbis está disponível no Disney+.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*