Foi-se o tempo em que canais e serviços de TV por assinatura eram realmente cobiçados, pela oferta inigualável de conteúdo para todos os estilos. Contudo, com o avanço de serviços de streaming como Netflix, Amazon Prime e afins, este recurso de entretenimento, aos poucos, começou a ser esvaziado, o que, claro, era algo natural de se acontecer.
Toda e qualquer novidade desperta a curiosidade das pessoas, e para não cair em declínio ou total esquecimento, é preciso que se existam esforços corriqueiros pela parte afetada para manter a qualidade e, porque não, competitividade? Infelizmente, isso não acontece mais, ou como deveria.
Por toda a base de assinantes, existem queixas, da maneira como canais tratam a exibição de séries, filmes e eventos esportivos, mas aqui, tratarei de um em questão, que parece estar andando ainda mais para trás: a Warner Channel.
O canal que já foi vitrine com o que a de melhor na TV e cinema, atualmente mais parece estar nas mãos de amadores. Uma programação confusa, pouco variada e, porque não, injusta?
A direção da Warner Channel parece querer seguir o estilo dos canais tradicionais de filmes, repetindo os mesmos títulos que já foram reexibidos enésimas vezes. Se você perder um longa-metragem que seria exibido amanhã, terá a chance de ver novamente no dia seguinte, mais três ou quatro vezes no mês e, sem muita dificuldade, encontrá-lo em exibição por qualquer outro canal – afinal de contas, todos parecem se limitar a exibir uma quantidade determinada todos os meses. As séries, por sua vez, têm seu espaço, mas na maneira como o canal lhe achar mais conveniênte.
Uma das propriedades mais fortes da família Warner, a DC, com as séries de super-heróis da The CW, não tê qualquer prestígio no canal. Limitadas a um único bloco, o “Domingo Heróico“, cujo a última série já vai ao ar adentro a madrugada de segunda. E se você perder, perdeu, pois reprises só acontecem bem no começo da manhã, 6h, 7h – postura similar a adotada pelo finado Sony Spin com seus últimos animes, ou fica acordado até tarde, ou acorda cedo. Enquanto isso, horários livres ocupados por mais do mesmo: Two and Half Men, The Big Bang Theory, Supernatural.
Já quem curte a série Riverdale, outro hit da The CW, também sofre do mesmo problema. Um novo episódio é exibido às quartas, 21h40, mas, e se você perder? De novo na madrugada de sexta para sábado ou bem cedo na manhã de sábado. Lógica? Nenhuma. E o mesmo acontece com All American, um novo episódio já adentro da madrugada de quarta, com reprise nas manhãs de sábado.
Chega-se a conclusão que tais manobras da Warner Channel, com produtos que já foram seu carro-chefe, não fazem qualquer sentido, pois, se o canal contasse com algum tipo de plataforma de streaming, VOD, tal postura poderia se justificar como uma tentativa de “forçar” os assinantes do canal a migrar para este novo serviço. Logo, apenas se trata de um errôneo apoio a pirataria. E não há muito tempo atrás, a faixa das 22h30, durante toda a semana, só exibiam séries. Gostaria muito de saber quais são os “estudos” realizados para se chegar a tal desenho de programação.
E infelizmente a situação não tende a melhorar. O “sufoco” dos assinantes é igual em toda a América Latina – por lá, até pior. A saída do executivo Rogério Gallo, responsável por cuidar do canal no Brasil e trazer para a programação as animações da DC (que foram embora com ele), restritas até então a HBO, foi um golpe muito duro. Os cuidados agora estão nas mãos de quem não têm ideia -ou acha que têm – do que está fazendo. Apenas destruir todo um legado da marca.
Canais como a Warner Channel só resistirão se, seus programadores, saírem da inércia e partirem para oferecer o diferencial, ou simplesmente, o que o assinante espera encontrar, e não criar em cima dele o que já se existe aos montes por aí (outra TNT?); elevar os preços e furtar direitos de exibição aqui e acolá, disso ou aquilo, se comportando da mesma maneira, não adiantará de nada. É preciso deixar a zona de conforto, sair do automático e, principalmente, saber ouvir o público, não se “esconder” em pesquisas que não refletem, em nada, a realidade e preferência de ninguém.
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