
Warner Bros. / Divulgação
Estava eu e alguns amigos, conversando num grupo e debatíamos sobre o trailer de Capitã Marvel. Aí, foi quando um deles falou que já chega de trailers desse filme, pois já estava entregando demais sobre o plot da história. Um outro amigo disse que nem vê mais trailers, pois muitos deles entregam tudo que irá ter no filme, e isso estraga a experiência de estar no cinema. E então pensei, que isso poderia render uma discussão interessante. Os trailers estragam os filmes, ou é apenas um mero detalhe?
Antes de tudo, precisamos entender quando que os trailers surgiram. A primeira aparição desse recurso, datam de 1913, lá nos Estados Unidos onde foi transmitido pequenos trechos da série The Adventures of Kathlyn. Somente após 1919, este recurso foi utilizado antes dos filmes, com a incorporação da distribuidora National Screen Services, que foi uma empresa que cuidava exclusivamente para a criação dos trailers.
Dito isso, percebemos que a criação dos trailers não é algo recente. Já é algo centenário. Porém este recurso, ficou cada vez mais presente nas salas de cinema e com o advento da internet, tornou-se cada vez mais comum a exibição dos mesmos, para a divulgação e popularização dos filmes ou séries perante o público. Mas, o que vemos hoje, é uma exacerbação de trailers que a grosso modo, deveria ser para perpetuar a sua obra para as pessoas, mas que hoje em dia entregam demais a história da obra.
Exemplos na indústria cinematográfica disso são inúmeros mas podemos citar aqui, como exemplo, Vingadores: A Era de Ultron. O primeiro trailer foi muito bom mas já deu pista sobre o que iria vir a acontecer. Os trailers que se sucederam, entregaram quase todo o enredo do filme, basta um olhar mais minucioso e traçar uma comparação de quando você foi assistir o filme no cinema e os trailers do filme. Não tem erro. Nota-se o enredo todo entregue nos trailers.
Outro exemplo recente que podemos citar é o filme de Dragon Ball Super Broly, que é um grande sucesso de público aqui no Brasil. O primeiro trailer, você pode perceber, é o introdutório a história do filme. Qual será o vilão, qual a possível motivo do vilão fazer o que está fazendo, os saiyadins enfim. O problema se torna os trailers que vieram a seguir. Todos eles foram entregando mais e mais do enredo e isso, na minha visão prejudicou a surpresa, que é intuito de um longa: causar impacto e surpresa. Só que foi desnecessário mostrar o Gogeta, que já era especulado por fãs e fóruns que iria aparecer no filme. Mas entre especulação e fato, existe uma grande diferença. Poderiam ter deixado esta surpresa no filme, que digamos, traria mais emoção para quem via. Ter o Gogeta no filme na minha visão, não seria um chamariz gigante ao ponto de o público deixar de ir ao cinema. Dragon Ball nunca foi famoso pela história, mas sim por suas lutas. Então, foi desnecessário mostrar isso, pois acabou estragando a surpresa de muitos. Existe tantos outros exemplos disso, mas se eu citasse cada trailer de filme que entrega todo plot do filme, acabaria dando um lusíadas de tão grande.
Eu entendo perfeitamente todo trabalho de marketing que o trailer possui e toda sua popularização que venha a acontecer, porém é inegável que entregar toda a história de um filme e muitos trailers, estraga a experiência de quem vai assistir. O problema não são os trailers em si. O que torna massivo é a quantidade exagerada deles, que acabam mostrando coisas demais e que particularmente, me incomoda, quando comparamos quando assistimos o filme no cinema e o comparamos com os trailers lançados. Acho que a indústria cinematográfica e as distribuidoras deveria repensar nesses detalhes, e deixar de lado o “quanto mais melhor” e trocar pelo “menos é mais”.
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