One Piece: dubladores comentam sobre críticas à regulamentação de IA na dublagem

Toei Animation / Divulgação

Durante duas coletivas de imprensa realizadas no últimos dias 27 e 28 de janeiro em meio ao evento SANA 2024 – Parte 1 em Fortaleza, os dubladores do elenco de One Piece presentes Carol Valença (Luffy), Glauco Marques (Zoro), Adrian Tatini (Usopp) e Wendell Bezerra (Sanji) ao serem consultados com perguntas diversas sobre o recente debate que tem ocorrido nas redes sobre a regulamentação de IA (Inteligência Artificial) na dublagem, que tem na linha de frente movimentos como o Dublagem Viva, aproveitaram a ocasião para dar publicamente o seu próprio parecer sobre o assunto.

Ao serem perguntados sobre como tem lidado com críticas por parte do público que tem sido feitas à campanha e à sua proposta, da qual são favoráveis, os profissionais se posicionaram de formas variadas, que foram desde indiferença sutil ou explícita às opiniões contrárias a busca por melhores diálogos e formas de se obter convencimento favorável à causa.

Carol Valença, em suas palavras declarou: “eu acho extremamente importante a gente responder a isso sim, […] acho importante as pessoas terem esse diálogo também, porque é muito difícil a pessoa se manter nesse mesmo pensamento, de que é ‘ok’ a IA sair substituindo tudo, porque uma hora vai chegar em você, uma hora é você que vai perder também […], por isso é importante sim as pessoas terem esse diálogo para que essas pessoas talvez compreendam, e se não compreenderem “ok”, mas pelo menos a informação chegou.” fazendo também referência a um vídeo feito pelo dublador e diretor Pedro Alcântara dando maiores esclarecimentos sobre a campanha.

Adrian Tatini não quis se extender em seu depoimento e disse simplesmente não se importar com o que é dito em ambientes virtuais contra o que é proposto pelo Dublagem Viva, enquanto Glauco Marques expressou o que pensa comentando sobre a conduta de críticos da campanha ao afirmar que: “o hater ele ajuda (…), porque quando você chama a atenção para esse tipo de coisa cara, eu chamaria ele de burro, porque se ele quer realmente que isso não aconteça, ele não colabora. Ele está colaborando para chamar atenção.[…] Para esse tipo de gente eu não devo satisfação. […] A coisa mais fácil de substituir é o comentário ridículo que ele está fazendo.”

Já Wendell Bezerra, ao ser abordado sobre o tópico disse não se intimidar com uma possível substituição futura geral de vozes reais em dublagem geradas por IA, e para reforçar sua posição argumentou: “[…] qualquer obra de arte, o fundamental é ela comunicar, é ela chegar onde tem que chegar, no coração, na mente, no entendimento do telespectador, então é fundamental para isso uma percepção artística e uma performance artística para que isso aconteça. “[…] quanto melhor você faz o seu trabalho, mais difícil é de você ser substituído, então, eu acho que isso pode ajudar cada vez mais os dubladores a atingirem cada vez mais uma excelência.”