O Pequeno Príncipe – As versões de Antoine de Saint-Exupéry e Joann Sfar

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O Pequeno Príncipe é uma das obras mais aclamadas da literatura francesa. Sendo lido por muitos, principalmente pelas crianças, e que teve várias versões, como a adaptação no filme de animação lançado em 2015. Escrito por Antoine de Saint-Exupéry e originalmente publicado em 1943 em plena Segunda Guerra Mundial, é um dos repertórios mais traduzidos no mundo e publicada em mais de 220 idiomas e dialetos. A sua publicação no Brasil foi realizada apenas em 1956, anos depois do lançamento original.

Ao longo das décadas, a história deste personagem recebeu várias adaptações, uma destas sendo uma versão em quadrinhos em 2008, feita pelo cartunista e quadrinista Joann Sfar (O Pequeno Vampiro, O Gato do Rabino, Gainsbourg – O Homem que Amava as Mulheres), que deu o seu toque no personagem.

A história clássica em ambas as versões é magnífica e comovente. Enquanto na versão original, onde a história tem as ilustrações lindas feitas em aquarela de Saint-Exupéry, na versão de Sfar o traço único do cartunista deixa muito maravilhoso a sua versão do personagem, principalmente no design do Pequeno Príncipe que ficou bem bonitinho e parecendo um garoto de verdade.

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A obra, concebida em meio a turbulências pessoais e com a saúde do autor debilitada. Antoine produziu quase metade das obras no qual ele seria lembrado neste período, incluindo este conto de solidão; amizade; amor e perda, em forma de um jovem príncipe que caiu no planeta Terra. Conta as experiências de aviação no deserto do Saara, baseado num incidente do autor no deserto do Saara na madrugada de 30 de dezembro de 1935. A Rosa, de acordo por muitos, foi inspirada na esposa salvadorenha de Antoine de Saint-Exupéry – Consuelo – e com o pequeno planeta natal sendo inspirado em El Salvador, onde caiu e ficou para se recuperar enquanto estava dentro da visão de três vulcões, um dos quais era o Vulcão Santa Ana.

Antoine provavelmente se inspirou em sua própria juventude para criar o caráter e a aparência do príncipe, pois durante seus primeiros anos, amigos e familiares o chamavam de le Roi-Soleil (o Rei Sol) por causa de seu cabelo dourado e encaracolado. A icônica obra retoma o esquema do conto filosófico criado por Voltaire, especificamente por uma certa semelhança com Micromégas, um gigante de Sirius que decide aventurar-se pelo universo, visita o sistema solar e vem parar na Terra, discutindo filosofia com os humanos. O príncipe visita vários asteroides e planetas e discute sobre a filosofia.

Já a versão de Joann Sfar, um dos importantes quadrinistas da atual geração dos quadrinhos franco-belga mantém a essência da querida história infanto-juvenil para o público de hoje, e o seu belíssimo traço deixa o conto incrivelmente divino. Li a versão dele do Pequeno Príncipe, que me foi presenteado por um cuidador da biblioteca da escola do ensino médio que eu estudei, e foi por causa desta versão que eu conheci seu trabalho.

Joann é um cartunista e um diretor incrível, que começou a dirigir filmes desde a cinebiografia de Serge Gainsbourg de 2010. Gostei muito de sua versão do principezinho, totalmente espetacular.

Ambas as versões do livro no Brasil foram publicadas pela editora Agir da Ediouro.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*