O Partido Comunista Japonês e a polêmica sobre animes e mangás

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A influência progressista, outrora predominante no Ocidente, começa a marcar presença no Oriente. Recentemente, uma nova polêmica surgiu no Japão, colocando em xeque a representação de mulheres em diversos animes, mangás e suas respectivas publicações. Segundo informações divulgadas, o Partido Comunista Japonês prepara-se para levar a questão a instâncias globais, acusando as obras de promover a objetificação sexual feminina.

Personagens aclamadas como Nami (One Piece), Tsunade (Naruto), Asuna (Sword Art Online) e Akeno (High School Dxd), juntamente com gêneros inteiros como ecchi e harém, enfrentam incertezas quanto ao seu futuro, caso a proposta seja levada adiante. Esse cenário acende o debate sobre os limites entre a expressão artística livre, a censura e o empoderamento feminino.

A origem dessa controversa iniciativa foi revelada pelo blogueiro Misato Nakayama, do Togetter, que se deparou com uma pesquisa realizada pelo Shimbun Akahata, jornal vinculado ao partido comunista. O foco da pesquisa era averiguar a percepção pública sobre a disponibilidade de mangás e revistas com conteúdo adulto em pontos de venda, desencadeando um amplo debate.

A resposta da comunidade de fãs foi de surpresa e preocupação, não apenas pela existência da pesquisa, mas também pelas obras em questão, como as antologias de mangá Weekly Young Jump, Young Animal e Weekly Shonen Champion. O Partido Comunista Japonês defende sua postura criticando a representação sensual de mulheres nesses meios, tanto em publicidade quanto nas próprias histórias.

Na fase preliminar da pesquisa, o partido observou que “revistas adultas em lojas de conveniência, que pensávamos ter sido banidas após nossas campanhas anteriores, ressurgiram em novos locais. Agora, estamos expandindo nossa pesquisa para todo o país. Investigaremos a presença de revistas que tratam mulheres como objetos sexuais… Também encaminharemos nosso relatório ao Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher.”

Este debate surge em um período conturbado para a cultura pop, particularmente no universo dos jogos eletrônicos. A polêmica em torno da personagem principal do jogo sul-coreano Stellar Blade, notória por ter uma protagonista com formas acentuadas e vestimentas justas, bem como as novas políticas da Microsoft sobre a representação feminina em jogos para o Xbox, tem fomentado amplas discussões nas redes sociais.