O Crítico: A volta dos Cavaleiros do Zodíaco

Após tanta luta para me afastar desse meio fétido e deletério que é a imprensa voltada ao público nerd desocupado, estou de volta ao lugar em que fui gerado, e para a tristeza dos meus mais prezados “admiradores”, estou com um contrato vitalício com o ANMTV (torçam para que minha vida não seja longa). Então vamos lá, já que estou sendo pago mesmo, vamos ao tema:

Band e Os Cavaleiros do Zodíaco, o eterno dilema de um prisioneiro (não entendeu, vão pesquisar)! Todos comentam sobre a exibição como se fosse grande coisa, todos reclamam, todos criam estratégias de programação para a Band, garantindo assim que teria sucesso… Meus parabéns, você também está contribuindo para este fracasso!

CDZ é um anime que poderia estar lucrando muito no Brasil, existem temporadas novas, fresquinhas, que talvez em épocas da TV Manchete estivesse dando picos de audiência e ultrapassando a Globo (como fez em outrora). Porém, os tempos são outros. A grande volta de CDZ na TV nacional não foi um sucesso, como o esperado.

Cult nos anos 90, Seiya e seus amigos apareceram em 2004 na Band (meses antes estava sendo exibido na TV paga pelo Cartoon Network) como simples coadjuvantes, não conseguindo chamar a atenção dos mais novos; a série foi um fracasso comercial; a audiência, apesar de boa, não foi suficiente para atrair anunciantes, e ela acabou indo parar no buraco onde ninguém deseja estar: a programação regional.

A Band começou errando com CDZ, em sua estreia nas férias de 2004. Tentaram utilizá-lo como produto para emplacar a pseudocantora Kelly Key como apresentadora, o que não é tão condenável, já que as emissoras precisam criar uma identidade para manter o público, mesmo com o fim da série… Porém, a estratégia foi fracassada. Kelly Key cantou, contou histórias, fez comparações entre mangá e anime de CD.

Pra você ter uma idéia de como o mercado foi prejudicado com este primeiro fracasso de CDZ, é importante lembrar que, na época, a Band estava com Yu Yu Hakushô pronto para estrear, chegando a fazer chamadas em intervalos comerciais. O que poderia impulsionar um novo investimento em títulos similares acabou no que você já está cansado de saber.

Não podemos culpar apenas a exibição, cortes, mau planejamento, horário e censura como responsáveis, mas também a pirataria . Sim, você que se vangloria por ter todos os episódios no PC tem sua parcela de culpa! Porém, estou analisando CDZ apenas como produto televisivo.

Quando todos pensaram que CDZ iria cair no ostracismo da mídia, assim como o resto dos desenhos japoneses, surge a tão comentada volta a Band, no começo deste ano. Não se sabe ao certo se houve algum tipo de contrato, parceria ou acordo entre a emissora e o licenciante, mas é fato inegável que o canal teve um novo interesse na série.

Os Cavaleiros de Athena podem não estar no horário nobre, apesar de, com a estréia de Futurama às 20h no canal, existir sim uma pequena luz no fim do túnel, mas eles pelo menos estão na TV. Você que se diz tão fã está se importando com isso? Acredito que não. Provavelmente se você não estuda de manhã, você com certeza está dormindo no horário em que ele vai ao ar (eu estou).

Mas lembre que tudo na televisão é produto; se não dá audiência, será limado. CDZ, na atual temporada exibida, está em seu horário certo; quanto à temporada inédita, já é outra história.

Até a próxima.

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