Netflix Animation é reestruturada e adaptação de Bone é cancelada

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Por muitos anos desde seu surgimento, a Netflix tem sido sinônimo de originalidade e diversidade de catálogo. Com conteúdos voltados para praticamente qualquer nicho de mercado, o serviço de streaming foi capaz de trazer produções de boa qualidade e que exalam liberdade criativa. Mas isso parece estar prestes a mudar.

De acordo com o The Wrap, a Netflix está promovendo mudanças significativas em sua filosofia de produção de animações. Na mesma semana em que foi noticiado que o serviço perdeu 200 mil assinantes no primeiro trimestre de 2022, uma reestruturação da Netflix Animation veio à público. Phyl Rynda, que anteriormente tinha o cargo de Diretor de Liderança Criativa e Desenvolvimento para Animação Original, juntamente com parte de sua equipe, foi desligado da empresa, o que gerou uma série de discussões sobre liberdade criativa e sobre os rumos da divisão de animações da Netflix.

Nos últimos anos, a Netflix atraiu diversos criadores aclamados do universo da animação. Matt Groening (Os Simpsons), Alex Hirsch (Gravity Falls) e Pendleton Ward (Hora de Aventura) são apenas alguns dos nomes que produziram séries originais para o catálogo do serviço. Contudo, a liberdade criativa dada aos criadores parece não ser mais a prioridade da empresa. Em vez de criar animações para todos os públicos, que era a filosofia de Rynda, o foco do serviço de streaming será criar “animações que o público quer ver” (nas palavras de Reed Hastings, co-CEO da Netflix).

Os reflexos das mudança da Netflix Animation já podem ser sentidos. Além de suspender projetos que estavam em andamento, como a adaptação de Os pestes, de Roald Dahl, a empresa confirmou o cancelamento da animação baseada nos quadrinhos de Bone, de Jeff Smith, que foi anunciada em 2019.

Ainda segundo divulgado pelo The Wrap, o foco da Netflix estará em produções licenciadas de outros estúdios, como ocorre com a parceria com a DreamWorks Animation. Em conjunto com o estúdio, a Netflix já trouxe diversas animações para seu catálogo, como Trollhunters (e seus spin-offs), Kipo e os Animonstros e O Chefinho – De Volta aos Negócios.

Embora decisões criativas baseadas em algoritmos pareçam estranhas, é algo que faz muito sentido quando falamos da Netflix, que é uma empresa de tecnologia em seu cerne. Podemos apenas esperar que essa não seja a única forma de se definir as produções que ganham sinal verde, ou dificilmente teremos gratas surpresas, como Kid Cosmic, Os Irmãos Willoughby e Se Algo Acontecer… Te Amo.