Meu Casamento Feliz: produtores comentam sobre animes produzidos fora do Japão

Os produtores do anime Meu Casamento Feliz, Takuya Yoshioka e Maki Mihara, concederam uma entrevista ao The TV para falarem sobre a segunda temporada da série – em exibição na Netflix. Porém, também comentaram sobre os animes produzidos na China e na Coréia do Sul.
Na pergunta, a pessoa que está entrevistando comenta sobre a capacidade dos estúdios destes dois países e questiona os executivos como eles enxergam este aumento de produção e a chegada destas séries no país nipônico. A resposta de Takuya se mostra preocupante com o futuro da indústria do país e ainda defende que o termo ‘anime’ surgiu na Terra do Sol Nascente e isso deve ser protegido, enquanto Maki surge mais aberto e diplomático dizendo que os demais países até utilizam o método japonês, mas contam histórias com base em sua própria cultura.
- Takuya: Há partes de qualquer obra cinematográfica que só podem ser criadas com base no contexto cultural de um país ou região e nos valores que foram cultivados no decorrer de um longo período de tempo, e acredito que há animação que só pode ser criada com as sensibilidades e características que nasceram no Japão. É por isso que acreditamos que é responsabilidade dos produtores de vídeo proteger o método único de expressão visual conhecido como ‘anime’, que nasceu neste país, proteger e desenvolver o ambiente e as funções de produção e continuar produzindo anime com continuidade para que aqueles envolvidos possam ser verdadeiramente prósperos. Nesse sentido, estou preocupado que, à medida que mais e mais obras de anime são produzidas no exterior e chegam ao Japão, assim como acontece com outras indústrias, se as coisas puderem ser feitas no exterior usando custos e mão de obra mais baratos, o investimento será direcionado para lá, levando a um declínio na capacidade de produção e na indústria domésticas. Também estou preocupado que, com a estagnação do crescimento econômico do Japão, criadores talentosos e recursos humanos irão embora para o exterior. Acredito firmemente que chegou a hora de reconsiderar o modelo de produção em massa e consumo de obras apenas para as próximas vendas temporárias, e para que empresas com capital se unam e invistam seu capital adequadamente, com o objetivo de criar animes que sejam verdadeiramente “sustentáveis”. Se o ambiente de produção de anime no Japão se tornar mais estável e tiver uma base sólida para o crescimento, então há um grande potencial para novas expressões surgirem à medida que estúdios estrangeiros entram na indústria, e acho que há muitos fatores positivos para o desenvolvimento da animação.
- Maki: Cerca de 10 anos atrás, quando você pensava em animação, pensava em obras da Disney e da Pixar. “É algo que as crianças assistem” é a situação geral no exterior. Acho que isso mudou drasticamente nos últimos anos, pois o streaming se tornou comum e os últimos animes japoneses agora podem ser assistidos sem perda de tempo. À medida que o anime se tornou mais conhecido como cultura japonesa, a China e a Coréia (do Sul) também estão começando a produzir anime usando métodos de produção japoneses como modelo, e acredito que essa tendência continuará a crescer no futuro. O interessante nisso é que o estilo de vida e a cultura daquele país são refletidos, permitindo que você veja histórias e visões de mundo que não estão disponíveis no Japão.
A indústria fora do Japão tem mostrado um grande progresso, especialmente na China com a produção de donghuas (animes produzidos na China) como Link Click ou mesmo na Coréia do Sul em produções como Lookism.
Meu Casamento Feliz está disponível na Netflix, com dublagem e legendas em português.
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