Marvel Studios: Brad Winderbaum comenta sobre X-Men ’97 e revival de Demolidor

Marvel Studios/ Divulgação

Em entrevista para o The Hollywood Reporter, o diretor de streaming, animação e TV da Marvel Studios – Brad Winderbaum – comentou um pouco sobre as decisões que foram tomadas nesta área televisiva do estúdio comandado por Kevin Feige.

De início, foi comentado sobre a atual situação do setor de streaming, como as plataformas inovavam mais, porém, hoje em dia é necessário repensar algumas atitudes e agir com cautela:

“Sim, certamente o mundo mudou. A ideia original era que pudéssemos criar o que quiséssemos para lançar no Disney+ e ter um lar para novas ideias da Marvel acontecerem. E agora temos que ser um pouco mais criteriosos com nossas escolhas. Mas uma coisa que é libertadora na televisão é que, por ser um formato mais longo e se passar por mais tempo e não apenas duas horas, somos capazes de olhar para os personagens da Marvel e ver como eles podem florescer de maneiras inesperadas. Portanto, ainda podemos ser um pouco mais experimentais e correr alguns riscos, mas como qualquer outra coisa, você aprende à medida que avança”.

Um dos grandes sucessos nesta área tem sido Loki e, segundo Brad, Agatha – novo título da série da Agatha Harkness – seguirá um caminho parecido mostrando outras camadas de um anti-herói que conseguiu conquistar a audiência.

“Loki é um dos nossos personagens mais realizados, e essa segunda temporada é certamente uma das coisas de que mais me orgulho. Então esse é sempre o objetivo: ter um personagem dinâmico que mude dessa forma e ressoe emocionalmente com o público. Portanto, (o sucesso de Loki) não passou despercebido para nós e influenciou nossa narrativa como qualquer sucesso. Seguindo em frente, nosso próximo show é Agatha, e há paralelos com dois anti-heróis. É um show diferente, mas se esforça para mergulhar nas mesmas profundezas emocionais”.

Brad ainda comenta que Loki e X-Men ’97 serviram como influência para as mudanças realizadas em Daredevil: Born Again. É sobre respeitar as origens, o que fez com que o programa se tornasse uma sequência daquilo que foi visto anteriormente, além de oficializar a canonização das produções da Netflix.

“E eu certamente diria que isso também é verdade com Daredevil: Born Again, que passou por uma reinvenção após a greve. Francamente, muito disso foi influenciado tanto por Loki quanto por nossa experiência com X-Men ’97. Trata-se de honrar o que veio antes para encontrar um novo arco para esses personagens icônicos. Então, estou muito animado com o que está por vir. Há um ótimo trabalho chegando que o público vai realmente adorar”.

Ele ainda explica que a Marvel Studios estava preocupada em todo o trabalho envolvendo Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato, por esta razão, não estavam tão focados nas séries da Marvel TV. O que é diferente agora no Disney+.

“Quando os programas da Netflix foram lançados e feitos, estávamos avançando em direção a Guerra Infinita e Ultimato. Estávamos tentando equilibrar todas essas franquias de filmes e fazê-las culminar na tela nesses dois filmes épicos. Dizer que foi um desafio nem é correto. Foi um dos empreendimentos criativos mais desafiadores que o estúdio já empreendeu. Não tenho certeza se algum dia haverá algo parecido novamente no cinema. Demorou muito para que tudo aquilo fosse galvanizado naquele único lugar e naquele único momento, para que as pessoas pudessem ter essa experiência no cinema. 

Então, na época, dizer: “Tudo bem, também vamos pegar esse programa de televisão e pensar nisso”, teria sido demais, mesmo que estivéssemos nos comunicando de um lado para outro. Todos do lado da televisão e do lado do cinema sabiam o que o outro estava fazendo, e você pode ver que há uma continuidade nisso. As referências se alinham, mas foi demais para nós pensarmos na época”.

Sobre X-Men ’97, Brad diz que a luz verde surgiu após o sucesso de What If…?, tendo sido a primeira produção animada do estúdio. Essa foi a primeira ideia ‘fora da caixa’ do executivo, mas com uma boa recepção de Kevin Feige que só fez questão de duas coisas para aprovar a série: elenco e tema original:

“Após o sucesso de What If…? , quando pudemos fazer mais séries animadas, (X-Men ’97) foi minha primeira ideia fora da caixa. E Kevin disse, ‘Tudo bem, se conseguirmos o elenco (original) e a música, vamos lá.’ E, felizmente, conseguimos fazer isso”.

Brad ainda afirma que a animação não teve ideias proibidas, por se passar no universo da animação dos anos 1990. Ela não faz parte do MCU e isso os permite fazer o que quiserem dentro daquela narrativa:

“Uma das coisas que foi bastante libertadora na série foi o quanto somos capazes de fazer, porque estamos na caixa de areia dos anos 90. Se estivéssemos iniciando um desenho animado dos X-Men que aconteceu em 2024 e redesenharmos os personagens de uma forma moderna, então poderia realmente haver mais grades de proteção. Mas porque estamos nos anos 90 e estamos imitando uma certa época e lugar nos quadrinhos – aquela era de Chris Claremont, John Byrne, Jim Lee – somos narrativamente capazes de quase fazer o que quisermos e ir aonde quisermos. Quero entrar no universo Marvel”.

X-Men ’97 estreia nesta quarta-feira (20) no Disney+, Agatha chegará no segundo semestre, provavelmente em outubro. Daredevil: Born Again ainda não possui previsão.