Kadokawa: produtor comenta sobre negociações com plataformas como Crunchyroll

Em entrevista recente, o diretor de anime da Kadokawa – Daijo Kudo – comentou sobre as estratégias realizadas para negociações no exterior com plataformas de streaming, citando Crunchyroll e até mesmo a distribuidora Sentai Filmworks. (via: Toyo Keizai).
O executivo ressaltou que a explosão notada nas receitas de vendas de animes não é mais o que parece, embora os lucros venham aumentando anualmente, Daijo acredita que a mudança no cenário dos streamings tem levado tudo a uma sensação de incerteza. Alguns dos motivos apontados por empresários japoneses são a fusão da Funimation com a Crunchyroll e o enfraquecimento da Sentai Filmworks e sua plataforma HiDIVE.
“Para ser sincero, acho que as coisas estão um pouco diferentes agora (em relação ao aumento de consultas para distribuição internacional e taxas de licenciamento mais altas). Entre Funimation; Crunchyroll e Sentai, a impressão era de que as taxas de direitos de distribuição estavam aumentando. No entanto, com o enfraquecimento do poder do Sentai como serviço de distribuição de vídeos, a composição dos compradores está se tornando mais parecida com a da Crunchyroll e depois com a de todos os outros. Como resultado, minha impressão é que mais tempo está sendo gasto em negociações cuidadosas sobre os preços de compra.”
Daijo ainda afirma que a Kadokawa sempre pensa num plano para não sair num possível prejuízo futuramente.
“Na indústria, começam a surgir trabalhos em que, se a Crunchyroll não comprar os direitos de distribuição, a receita de distribuição internacional não poderá ser prevista. Quanto aos trabalhos que gerenciamos internamente, buscamos evitar essa situação, tomando decisões somente após elaborar cuidadosamente uma estratégia de saída desde o início do planejamento“.
Ele também diz que cada gênero é lidado de uma forma diferente e citou o Boys Love como exemplo, ressaltando que há fãs de animes do tipo no exterior, mas que não é fácil garantir receitas de sua exibição nas plataformas. Por isso, eles focam no mercado asiático e no Japão, além da venda de produtos.
“Embora haja algum alinhamento (com suas estratégias de aquisição de conteúdo), é importante considerar uma estratégia de saída para cada IP.
Por exemplo, ao discutir uma adaptação em anime de uma obra de Boys’ Love, não é que não haja fãs, mas garantir receita na América do Norte por meio de plataformas como a Crunchyroll não seria fácil. Portanto, a estratégia seria focar nos mercados da Ásia e do Japão, bem como na venda de produtos.”
É interessante que a Crunchyroll costuma exibir animes do gênero BL em seu catálogo, mas não os divulgam da mesma maneira que outros títulos. Ao menos a plataforma os transmite, outros streaming como a Netflix ou Amazon Prime Video não dispõe de títulos deste gênero em seus catálogos – mesmo com a TUDUM possuindo diversas produções com personagens LGBTQIA+.
No mais, Daijo Kudo reafirma que possui um bom relacionamento com a Crunchyroll e Aniplex – ambas da Sony – com uma grande possibilidade de estreitarem acordos no futuro. Vale lembrar que a Sony adquiriu recentemente ações da Kadokawa, estabelecendo uma aliança estratégica de capital e negócios.
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