JoJo’s Bizarre Adventure: autor comenta sobre possível futuro “sombrio” da indústria de mangás
Através de uma declaração dada no último dia 16 de novembro (via Anime Hunch) o mangaká Hirohiko Araki, responsável por JoJo’s Bizarre Adventure, expressou sua preocupação em relação ao futuro da indústria de mangás, especialmente após presenciar o resultado final de uma imitação de seu traço por uma Inteligência Artificial (IA).
Ao testemunhar a ilustração produzida pela IA, Araki chegou a questionar se a imagem era de fato feita por ele e mostrou-se incrédulo ao descobrir a origem daquilo que havia visto, ratificando que a precisão de certos detalhes, como os cílios de personagens, era tão surpreendente que tornava a distinção do seu estilo de desenho quase impossível, embora tivesse percebido que o que viu tivesse sido baseado em gravuras mais antigas feitas por ele e não na forma com que realiza suas artes atuais.
O mangaká então opinou sobre possíveis problemas relacionadas ao uso de tal tecnologia no meio artístico, dizendo que: “Quanto mais a IA avança, mais coisas assim acontecerão. A arte reflete a época, e o mangá é exemplo disso. Presenciar o surgimento desses falsários em torno do mangá pode muito bem simbolizar que estamos indo rumo a um mundo governado por oportunistas. Esse tipo de ‘malefício’ na era atual, com certeza, acabará causando impactos para os mangás futuramente.”
Araki também destacou em seu depoimento sobre possíveis impasses relativos a direitos autorais que possam vir a ocorrer em razão de possíveis usos indiscriminados da ferramenta e sobre as dificuldades que isso poderia gerar inclusive e principalmente a artistas menos experientes no segmento.
Ainda reforçando seu raciocínio, o criador de JoJo comentou: “A violação de direitos autorais por IA também é uma ameaça que nós, mangakás, teremos que lidar. Em um cenário mais extremo, falsificações produzidas por IA podem começar inclusive a serem normalizadas como ‘produtos legítimos’. […] não será uma luta que apenas um indivíduo é capaz de vencer. Ter alguma lei específica pode ser a única maneira de regular isso. Porém, como estaremos lidando com gente muito ardilosa, é possível até que uma legislação que beneficie a eles apareçam antes que possamos fazer algo a respeito.”.
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