J-Comi: Ken Akamatsu quer purificar mangás

O autor Ken Akamatsu (Negima!, Love Hina), propôs uma ideia no mínimo curiosa. Ele quer que seu site de distribuição de mangá, J-Comi, escaneie redes de distribuição de arquivos de mangá, para poder “purificá-las”, ou seja, legalizar aqueles arquivos que foram baixados ilegalmente, e inserir publicidade, com autorização de seus criadores, é claro.

Até agora, o J-Comi vem distribuindo mangá legalmente, contudo, a nova proposta tem como foco os títulos que são disponibilizados sem autorização. Akamatsu batizou a ideia de “Illegal Manga File Purification Project” (Projeto de Purificação de Mangá Ilegal). O autor perguntou a seus leitores se haviam obtido arquivos ZIP que incluíam imagens escaneadas sem autorização, baixados de sites como Winny, Share, e outras redes de distribuição.

Akamatsu disse que “todos já fizeram isso pelo menos uma vez”. Em seguida, perguntou aos leitores se tinham arquivos, e se tê-los os fazia sentir culpa, “talvez por que são importantes para vocês ou são de seu mangá favorito”.

Se estes arquivos são mangás que atualmente estão fora de circulação, Akamatsu sugeriu uma forma de “legalizar completamente” os arquivos. Ele disse que atualmente, a Shueisha e outras editoras estão rondando os sites que distribuem mangás mais recentes como One Piece, mas ninguém está fazendo o mesmo para os títulos que já não são mais publicados. Ao invés disso propôs o seguinte:

1 – Se os leitores possuem arquivos de mangá ilegais ou tenham conhecimento de onde os arquivos foram baixados, que façam o upload dos mesmos para o J-Comi. O site irá guardar todos estes arquivos como privados e entrará em contato com os criadores originais do mangá.

2 – Com a devida permissão dos autores da obra, o J-Comi vai purificar os arquivos (usando o processo dito acima), e voltará a disponibilizá-los em sua página, assim, os arquivos estarão prontos para o lançamento e distribuição.

3 – Em casos onde o mangá está fora de circulação e sua situação é incerta, o J-Comi e seus criadores tomarão uma decisão conjunta.

4 – Se os autores permitirem, o J-Comi vai inserir publicidade dentro de todas as páginas do mangá e os disponibilizará novamente. Akamatsu enfatiza que os criadores vão receber 100% dos lucros obtidos, e o J-Comi não terá nenhum, funcionando apenas como distribuidor.

O site possui uma versão beta do mangá de Love Hina, sustentado por publicidade. Em novembro de 2010, 45 mil downloads foram realizados só no primeiro dia de publicação, e cerca de 1,7 milhões de downloads haviam sido feitos em menos de duas semanas.