Gintama: diretor fala sobre nova exigência da China com animes

Shueisha / Sunrise / Divulgação

Através de um post em seu Twitter, o diretor de animação Shinji Takamatsu, conhecido por seu trabalho em Gintama, comentou sobre uma nova exigência que a China tem feito à indústria de animação japonesa. No post, o animador afirma que:

“O período de produção dos animes hoje está tão longo que está difícil prever quando chegará o clímax do processo. No passado, era mais movimentado quando a série já estava em exibição. Agora, isso não acontece. Isso se deve ao aumento da produção de séries com todos os episódios terminados, que ocorre graças ao processo de revisão da China, que tem exigido o trabalho concluído três meses antes da exibição. Numa situação em que é difícil conseguir dinheiro no Japão, com as vendas no exterior sendo a partir de agora fundamentais.”


E prossegue ao exemplificar que:

“Ontem mesmo, tive uma reunião sobre um projeto que estreará no outono de 2021 e outro que vai estrear na primavera de 2022, e como foi cansativo! Na indústria, se alguém falar: “Entregue os episódios três meses antes da estreia!”.  Não temos mais escolha a não ser obedecer essas requisições, sem podermos ter qualquer autoridade sobre a gestão da indústria.”

Há algum tempo a China tem tido relativa influência sobre o lucro arrecadado pela indústria nipônica de entretenimento, tal qual como nas bilheterias dos cinemas de Hollywood, graças à sua economia crescente e seu enorme contingente populacional.

O impacto no consumo de animes e mangás no gigante asiático é tamanho sobre os lucros dos japoneses, que em Fevereiro de 2020, uma polêmica envolvendo o nome de um personagem do mangá My Hero Academia, que culminou em um banimento temporário da obra no país, acendeu o “sinal amarelo” na Shonen Jump, que acabou tendo que pedir desculpas publicamente aos fãs e consumidores chineses pelo incidente.