Evangelion: Hideaki Anno comenta sobre profundidade aparente na série vista por fãs

Studio Khara / Divulgação

Considerado um dos animes mais aclamados de sua geração e rendendo debates sobre tópicos que aborda ao longo de sua trama até os dias de hoje, sob perspectivas filosóficas e psicológicas, especialmente em espaços virtuais, Neon Genesis Evangelion pode não ser tão complexo quanto aparenta. Ao menos de acordo com as palavras de seu próprio criador, o diretor Hideaki Anno.

Isso porque de acordo com uma entrevista realizada em 2004 pelo programa Top Runner da emissora de TV NHK, que recentemente foi redescoberta e disseminada de forma viral entre internautas japoneses (via Otakomu), a intenção da obra era de fato fazer parecer que havia algo por trás dela, mas que não passava de recursos de direção para o produto final se mostrar mais intrigante e atraente aos telespectadores.

Mesmo o uso de elementos da religião cristã que foram vistos na série de TV teriam sido escolhidos por mera estética, e não por uma intencionalidade em abordar questões teológicas ou de espiritualidade, com Anno chegando a comentar que apesar do público considerar a produção “filosófica”, para ele Evangelion seria na verdade pretensioso, tal qual como uma pessoa que assume um exibicionismo intelectual que não vai além da superficialidade.

Anno assumiu que a proposta funcionou bem até de mais e disse que mudou a forma como dirigiu as produções posteriores da franquia, de modo que Evangelion não ficasse na posição de um produto para o público “fugir da realidade”.

Contudo, o diretor ratificou que os aspectos emocionais presentes na saga do confronto entre a NERV e a humanidade contra os anjos não só são genuinamente autênticos como também estão diretamente relacionados ao seu próprio estado mental ao longo do período de produção, o que teoriza que pode ser o maior elemento de conexão com os fãs de sua obra.