Estudo diz que o design de Akira e Naruto são os mais utilizados em imagens de IA

O site Kapwing investigou quais são as franquias mais utilizadas por usuários de Inteligência Artificial (IA) na produção de imagens e vídeos, que vem sendo compartilhados nas redes sociais e movimentando as chamadas trends. O foco da pesquisa ocorreu na ferramenta Midjourney.

A Kapwing pesquisou quantas vezes 897 palavras-chave populares foram usadas nas solicitações realizadas. No que diz respeito aos animes, o mais requisitado é o filme cult Akira e em segundo lugar surge Naruto. Ainda aparecem: Ghost in the Shell; Dragon Ball e produções do Studio Ghibli:

Vale destacar que a utilização dos designs semelhantes ao Studio Ghibli foram motivos de críticas de diversos usuários nas redes, enquanto que a grande maioria permaneceu participando das ‘correntes’. A popularização ocorreu através do Chat GPT, rival da Midjourney.

Uma manchete vista em uma publicação de cultura geek chamou este ocorrido de “um insulto ao anime“. Sua autora, Vera Vargas, teceu críticas ferrenhas sobre o filtro:

“Nada na narrativa do Studio Ghibli é aleatório ou repetitivo. Princesa Mononoke não é memorável e amada apenas por causa de seu estilo artístico… A IA não consegue pensar ou criar por conta própria. Ela só é capaz de pegar arte… e remixar em uma colagem de imagens recortadas com base na solicitação do usuário da IA“.

Por outro lado, um fã do estúdio e que atua como desenvolvedor de IA encara o momento com outra perspectiva e enxerga tudo como uma “homenagem sincera à obra do estúdio“.

Entre as franquias mais buscadas, a vencedora é Star Wars, seguido por Batman e Titanic. Todavia, ainda surgem na lista nomes como O Senhor dos Anéis; Pokémon; Matrix; Superman; Harry Potter; Mario Bros. e Warcraft. Confira:

A Disney, proprietária da franquia Star Wars, chegou a processar a Midjourney a quem acusou de ser “um poço sem fundo de plágio“. No entanto, a empresa do Mickey se esforça para diferenciar suas acusações de ‘reutilização não transformadora de seus personagens protegidos por direitos autorais’ e o uso ‘responsável’ da IA ​​generativa “como uma ferramenta para fomentar a criatividade humana“.

Diante de possíveis processos judiciais, além do debate popular que ocorre em diversas plataformas de interação, as empresas de IA vem encontrando medidas para se protegerem. Algumas estão limitando seus modelos ou simplesmente transferindo a responsabilidade ética para os seus usuários.

Por exemplo, o gerador de imagens DALL-E 3 da OpenAI é “projetado para rejeitar solicitações de imagens no estilo de artistas vivos” – além de rejeitar solicitações de imagens de figuras públicas, embora não esteja claro quais obras foram usadas para os dados de treinamento. Enquanto que a Midjourney, objeto deste estudo, removeu sua recomendação de “tentar invocar artistas únicos para obter um estilo único” em resposta à uma ação coletiva movida contra ela.