Desde o último dia 7, os assinantes do Cartoon Network estão acompanhando a nova série dos Looney Tunes. O Show dos Looney Tunes apresenta os personagens mais amados da animação – Pernalonga, Patolino, Gaguinho, Lola, Ligeirinho, Coiote, Taz e muitos outros – vivendo muito além da floresta ou do deserto. Agora eles podem aprontar tanto na loja de verduras quanto por trás de um volante nas ruas da cidade.
Para você que está assistindo todo domingo às novas aventuras dessa turma, preparamos uma matéria especial: uma entrevista com Tony Cervone e Spike Brandt, criadores de O Show dos Looney Tunes. O bate-papo, realizado exclusivamente pelo Cartoon Network e enviado para o ANMTV, apresenta diversas curiosidades da nova animação, como o que esperar da série, a dificuldade em produzir um desenho para a audiência atual e a classificação indicativa nos Estados Unidos. Confira:
Quando vocês decidiram fazer um novo desenho com os personagens que todos conhecem e adoram? Vocês não acharam arriscado?
Tony Cervone: Spike e eu trabalhamos em diferentes séries e filmes da franquia. No passado, trabalhamos em Space Jam e Duck Dodgers. Nós estamos, obviamente, entusiasmados em fazer coisas novas, e quando tivemos a chance de fazer uma nova série, ficamos excitados e queríamos fazer uma nova marca. Nós mantemos os personagens como eles são, intactos, mas fizemos um programa inteiramente novo, como nunca antes visto.
Spike Brandt: Já tem um bom tempo que nada é feito com Pernalonga e sentimos que era uma grande oportunidade de produzir uma nova série que apresentasse Pernalonga e Patolino, e apresentá-los para novas crianças. Eu acho que elas irão gostar e espero que seus pais e avós também gostem.
Porque vocês decidiram fazer uma sitcom?
TC: Nós queríamos fazer uma série de TV que mostrasse pessoalmente os Looney Tunes e seus talentos. Queríamos fazer um formato no qual poderíamos confortavelmente contar várias histórias. A ”comédia de situação” torna isso fácil para nós colocarmos os personagens em novas histórias e situações.
SB: Uma das outras coisas que o formato nos possibilita é trazer novas relações entre os personagens da série. Agora podemos ver Pernalonga e Gaguinho interagindo, algo que nunca tivemos antes. Patolino e Frangolino são muito engraçados juntos, então isso nos possibilita ter como se fosse uma nova comunidade destes personagens e ver novas interações.
O programa foi o primeiro da franquia a ter classificação TV-PG nos Estados Unidos (crianças devem assistir acompanhadas dos pais). A nova geração de pais tende a ser muito protetora e geralmente pensam que desenhos podem gerar uma má influência a seus filhos. Como vocês lidaram com esta classificação?
TC: Não é classificado como PG porque os personagens dizem coisas engraçadas ou por estarem em situações que poderiam ser inapropriadas. É somente por causa de sua natureza, porque eles são meio que adultos. Por isso eu quero dizer que eles não são crianças. Eu não acho que o desenho, em partes, seja tão ousado quanto os clássicos. É uma espécie de sinal que os Looney Tunes sempre tiveram um pouco de PG.
Quanto os personagens mudaram desde a última vez que os vimos?
TC: Nós tentamos não mudar os personagens e mantê-los fiéis a quem eles sempre foram. Situações são novas, os personagens algumas vezes encontram eles mesmos em cenários e diferentes apecos de suas personalidades aparecem nestas situações. Em partes, tentamos não tocar em seu comportamento. Pernalonga e Patolino nunca viveram juntos, então veremos algumas coisas diferentes daquelas personalidades.
Na série, Pernalonga tem uma casa e vive na cidade. Isso é um processo similar ao que aconteceu com Mickey Mouse há algumas décadas atrás?
TC: Eu acho que Mickey sempre viveu em uma casa. Até mesmo nos clássicos desenhos de Mickey, ele sempre pareceu viver em uma casa. Ele viveu numa vizinhança, Minnie tinha uma casa e Mickey um cachorro. Eu acho que, de certa forma, o programa está entrando um pouco mais nessa área. A maior diferença entre o universo da Disney e da Warner Bros. é que a Disney parece ser um universo de animais com alguns poucos humanos. No mundo da Warner, Pernalonga vive em nosso mundo. Existem pessoas e ninguém olha pra ele e diz: “Oh, tem um coelho andando rua abaixo, dirigindo um carro e falando”. Ele é somente alguém que vive no nosso mundo.
Podemos esperar novos personagens?
TC: Lola foi apresentada em Space Jam e ela apareceu em algumas outras ocasiões, mas fizemos meio que uma nova Lola. Em partes, Lola é uma nova personagem. Mais tarde, Patolino conheceu uma pata chamada Tina. Agora, Tina é uma nova personagem e nós estamos muito felizes com as novas figuras, elas são engraçadas e se encaixam dentro do mundo dos Looney Tunes.
SB: Isso é realmente algo muito novo para os Looney Tunes. Quero dizer, ter essas poderosas duas personagens femininas na série.
A ideia de transformar a série em uma sitcom e trazê-los para a cidade, quando chegou até vocês? Foi para tornar mais confortável para a audiência atual?
TC: Isso foi realmente um jeito mais confortável para contarmos histórias e queríamos contar diferentes tipos de histórias. Queríamos criar uma série que fosse mais relacionada com os personagens. Ainda há alguns conflitos no novo programa, mas queríamos mostrar quem eles são e porque eles fazem as coisas que fazem. Eu acho que é isso que separa uma série televisiva de um grupo de curtas. Quando mais tempo você assiste a série, episódio após episódio, você meio que começa a sentir por eles o mesmo que sente pelas pessoas.
Qual é a melhor parte de trabalhar com personagens que vocês já amaram tanto?
TC: Eu assisto esses desenhos desde que eu era um menino, eles sempre foram os meus favoritos e agora eu tenho que trabalhar todos os dias com algo que eu adorei a minha vida inteira. Eu gosto de desenhá-los e assistí-los. Eu gosto da ideia de fazer novos desenhos para novas crianças. Agora, se elas gostam mais dos desenhos antigos, isso é ótimo, vários desses personagens são fortes o bastante que poderiam existir em diferentes formas.
Patolino vai ganhar uma nova namorada, mas ele está pronto para se preocupar por mais alguém?
TC: Não. Ele não está pronto. Ele é um terrível namorado. Ele não consegue se preocupar com ninguém, mas ele é sortudo pois encontra a pessoa certa.
SB: Existe algo um pouco carinhoso na relação deles. Quando você está assistindo à série, parece que o Patolino encontrou alguém que aparentemente gostou dele assim como ele é. Ele não precisa fingir ser outra pessoa.
O que vocês diriam que é a maior dificuldade para criar um desenho para a audiência atual?
TC: Eu não sei, a dificuldade para nós é tanto ao fazer um desenho para a audiência atual quanto respeitar os personagens com os quais estamos trabalhando. Nós realmente os amamos e adoramos sua história, e nós estamos muito cientes do quão importante eles são para a audiência. A principal preocupação é somente a de tentar manter a tradição e fazer com que os personagens evoluam. Nós nunca e nem vamos querer que esses personagens sejam algo do passado. Eles são sempre algo atual e estão tão vivos hoje como nunca antes visto. Este é sempre nosso principal desafio.
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