Especial: Akira Toriyama e sua importância em nossas vidas

Reprodução.

Na última sexta-feira (1º), o mundo perdeu um grande nome da cultura pop, o incrível mangaká Akira Toriyama. O anúncio de sua partida se deu apenas nesta quinta-feira (7), o que não surpreende tanto, levando-se em consideração que os japoneses são bem reservados com suas vidas pessoais.

O funeral foi realizado de forma Íntima, apenas com pessoas da família presentes e isso lhes proporcionou tempo para viverem o seu momento.

Agora, cabe apenas aos fãs absorverem esta notícia e lidarem com ela, mas não é algo fácil, não é mesmo? Foi algo tão repentino e que nos pegou tão de surpresa, que o processo desta informação ainda pode demorar um pouco.

Reprodução.

E por quê isso? Por que estamos sentindo dor e tristeza por alguém que não fez parte de nosso círculo familiar ou mesmo de amigos? Talvez a resposta seja porque o Akira tenha sido responsável por proporcionar algumas ótimas experiências em boa parte de nossas vidas e isso é muito precioso.

O autor nasceu em 1955 no Japão e demorou até emplacar seu primeiro mangá de sucesso, Dr. Slump, nas páginas da revista Shonen Jump em 1980. Mas este reconhecimento foi algo doméstico, em sua terra natal, no Japão. Apenas em 1984 que ele daria início ao trabalho que lhe daria reconhecimento internacional: Dragon Ball.

E este foi o divisor de águas, o mangá estrelado por um garoto chamado Goku que parte numa missão com uma jovem chamada Bulma em busca das sete esferas do dragão conquistou o mundo. Sua adaptação em anime surgiu em 1986 e foi o responsável por criar toda uma geração de otakus no planeta.

Toei Animation / Divulgação

É verdade que o anime clássico não chegou a ser a paixão de muitos, mas a sua sequência sim. O mangá de Dragon Ball durou até 1995, mas em 1989 a Toei Animation resolveu renomear a série animada, agora que Goku estava adulto. Com isso, ela solicitou ao próprio Akira que encontrasse um título e assim nasceu Dragon Ball Z, ou simplesmente “DBZ” para os íntimos.

E essa meus amigos, essa sim foi a grande explosão nipônica global. DBZ foi uma loucura e apenas quem viveu sua era de ouro pode confirmar tal afirmação! Assistir Goku e os demais guerreiros Z enfrentarem vilões como Freeza, Cell e até mesmo Majin Boo era algo quase religioso. Um momento sagrado.

Assim como sua mãe gostava de novela e sua avó amava o Silvio Santos, a gente torcia para o Kakaratto e conversava sobre o mesmo com nossos amigos. Levantávamos os braços para ajudá-lo com a Genki Dama, nos irritávamos com a Chi-Chi e torcíamos para o menino Gohan ficar nervoso e liberar o seu poder máximo…

Toei Animation / Divulgação

Dragon Ball Z formava laços, juntava pessoas que nunca conversariam em situações cotidianas e isso se mantém até hoje. Um dos momentos cinematográficos que mais me animaram foi assistir Dragon Ball Super: Super Hero nos cinemas, a empolgação, os gritos, a torcida! Ninguém naquela sala se conhecia, mas a energia era boa demais.

Todos sabíamos o responsável por criar algo tão poderoso assim: Akira Toriyama

Esta informação era vista quando o anime terminava, era comentada no extinto Band Kids com a saudosa Kira, era lida em revistas do gênero como as maravilhosas Ultra Jovem, Anime Do e Henshin. Então, o Akira sempre foi alguém próximo de nossas vidas, mesmo nunca estando fisicamente perto de nós.

Editora Escala/Divulgação

Este homem proporcionou momentos singelos entre crianças, adolescentes e adultos em várias partes do mundo e isso é incrivelmente valioso. Além de ter sido inspiração para outros autores como Masashi Kishimoto (Naruto) e Eiichiro Oda (One Piece), criadores de outros animes que possuem um alcance tão grandioso quanto a obra de Toriyama.

Assim como nós, eles também se mostraram abalados com esta enorme perda e, eu estava segurando as lágrimas até este momento. Mas leiam um pequeno fragmento da fala do Eiichiro:

Admiro muito você desde criança, e até me lembro do dia em que você me chamou pelo nome pela primeira vez. Espero que o céu seja um mundo agradável tal como você o imaginou“.

Imagine ser chamado pelo nome por alguém que você cresceu admirando e acompanhando o trabalho. Isso é poderoso.

E para me quebrar de vez, Masashi – que já ama um drama como podemos ver com Naruto e seu balanço – precisando lidar com um buraco em seu coração:

Acabo de receber a notícia da morte do meu sensei. Sinto uma sensação de perda ainda maior do que quando Dragon Ball acabou… Ainda não sei bem como lidar com esse buraco no meu coração. Agora, não consigo nem ler o Dragon Ball que tanto amo“.

Infelizmente, não tive a sorte de conhecer Akira pessoalmente igual a estes dois mestres, mas meu sentimento é parecido ao de ambos.

Que você permaneça eterno, Toriyama sensei!

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*