Dublagem: Guilherme Briggs e Marco Ribeiro comentam sobre a expansão de polos alternativos

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A presença de artistas ligados à dublagem brasileira em eventos de cultura pop pelo Brasil não é exatamente uma novidade para frequentadores de longa data de tais convenções, mas ainda segue fascinando uma parcela significativa do público que ao ter contato com profissionais conhecidos do ramo não esconde algum interesse em um dia adentrar o ramo e quem sabe emprestar sua voz para personagens que venham a ficar eternizados nas memórias afetivas de futuros incontáveis espectadores.

No entanto, na opinião de dois nomes consolidados da dublagem nacional as perspectivas para uma expansão significativa da dublagem pelo território nacional ainda estão longe das condições ideais para tornar tal carreira mais acessível a muitos aspirantes a atores brasileiros.

Durante duas coletivas de imprensa do evento SANA 2023 – Parte 2 ocorrido em Fortaleza entre os últimos dias 7 a 9 de julho, os dubladores Marco Ribeiro (Yusuke Urameshi em Yu Yu Hakusho) e Guilherme Briggs (Buzz Lightyear em Toy Story) deram seu parecer em âmbito artístico e empresarial sobre o que pensam e tem observado a respeito da expansão de polos alternativos de dublagem ao redor do país.

Nas palavras de Briggs: “[…] às vezes o ator, atriz, pode ser excelente no teatro e às vezes na dublagem não é, isso acontece, infelizmente, ou então a pessoa não é muito boa na dublagem mas excelente no teatro, […] eu acho que para começar é bom a pessoa trabalhar presencialmente e aí depois futuramente ir para o remoto. Então assim, infelizmente quem é tipo de Fortaleza […] de outras regiões, tem que realmente migrar para São Paulo e para o Rio para começar a trabalhar […] porque se ficar em Fortaleza não vai conseguir trabalho, infelizmente.”

Já Marco Ribeiro, enfatizou em seu comentário sobre questões referentes a regras de trabalho que muitas vezes não favorecem com que a expansão da dublagem fora do eixo Rio-SP ocorra de maneira salutar para o mercado e declarou: “[…] importante e fundamental é que todos sigam as regras. […] Eu não acho justo um dublador de outro estado ganhar quatro ou cinco vezes menos do que um dublador carioca ou paulista […] porque aí a gente vai diversificando e fica bom para todo mundo, […] tirando o Rio e São Paulo estão fazendo um trabalho quase escravo e isso é muito ruim.”