Digimon Adventure tri: porque três não é demais!

Divulgação. © Toei Animation

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No dia 1º de agosto de 1999, Myotismon levou seu exército de Digimons à Higarigaoka e Odaiba em busca da oitava digiescolhida. Esse primeiro contato entre os humanos e os Digimons não foi tão agradável, já que diversos desastres ocorreram por causa disso. Mas tais acontecimentos não se limitaram àqueles dias de 1999. Será que o impacto dessa tragédia traria algum tipo de consequência a população do futuro?

O enredo de Digimon Adventure tri começa seis anos após esses acontecimentos. Ambientado em um futuro onde um grupo de crianças foi a grande responsável pela salvação mundial. Finalmente as aventuras de Digimon ganham um tom menos fantasioso e amadurecem assim como seus fãs.

O primeiro capítulo da série, batizado de Reunião, foi dividido em quatro episódios de 20 minutos. Após o prólogo, aquelas crianças, que viveram grandes aventuras no Digimundo em 1999, ressurgem como adolescentes. O cantor japonês Wada Kouji, apesar de debilitado graças a um câncer na faringe, da voz a um remake do tema Butterfly, e nesse mesmo instante somos reapresentados ao Tai adolescente. Os primeiros momentos do anime nos situam a esses novos/velhos personagens, agora com seus 15 ou 17 anos de idade.

A trama aprofunda alguns temas mais complexos e que não eram tão interessantes para o público infantil, como, por exemplo, as relações amorosas. Nos primeiros instantes já vemos um Tai enciumado com a aproximação do Matt com a Sora, e vemos uma Sora dividida entre os dois garotos. Mas o clima de romance não para por aí, o T.K. está com namorada; o Izzy tem medo de falar com meninas; um clima aparece entre Mimi e Izzy, e até mesmo somos apresentados à suposta namorada do Joe, mesmo que seja apenas por citação deste.

Na história ambientada no ano de 2005, algum tipo de interferência está causando uma distorção entre o Mundo Humano e o Digital, fazendo com que alguns Digimons cheguem infectados ao nosso mundo. Mantendo a linha nostálgica, um grupo de Kuwagamons aparece e começa a criar uma grande confusão no Japão, pois além da interferência eletrônica, eles, por serem gigantes, começam a destruir e machucar pessoas. Quando Tai se depara com um desses monstros e está prestes a ser atacado, do seu digivice surge Agumon, que digievolui para Greymon e assim se inicia uma luta entre gigantes. E é aí que entra o grande dilema do protagonista, e também é a partir daí que Tai começa a perder a sua coragem.

O maior drama desse primeiro capítulo, e que provavelmente irá se estender para os próximos, é a hesitação que o Tai tem após ver a destruição causada por essa luta. Ele percebe as consequências do que estes confrontos podem causar e, consequentemente, o fim de várias pessoas inocentes. Esse dilema também cria um atrito entre ele e Matt. O último acredita que os Digimons devem ser combatidos custe o que custar, já o Tai não consegue apagar a imagem das ruínas de sua mente.

A história também amadurece quando envolve o governo nessa confusão. Para explicar isso, precisamos voltar seis anos na trama. Após ver os problemas que os Digimons causaram no Mundo Humano, tanto no primeiro ataque de Myotismon, quanto três anos mais tarde, quando Digimons também invadiram a Terra (em Digimon Adventure 02), Gennai começa a auxiliar uma parte do governo para evitar que desastres desse tipo voltem a ocorrer, surgindo assim uma organização responsável por monitorar incidentes com seres digitais. É essa mesma organização responsável por reunir Digimons e Digiescolhidos.

O capítulo termina com o mistério da aparição de uma nova digiescolhida, a Meiko e sua parceira Digimon Meikuumon, que provavelmente possui algum tipo de relação com o primeiro grande vilão da série, Alphamon.

Diferente dos últimos trabalhos da Toei Animation, a animação de Digimon Adventure tri é caprichada, e os novos designs dos personagens, por Atsuya Uki, dão mais leveza aos movimentos e uma maior agilidade nas cenas de ação. O anime cumpre bem o seu papel de agradar os fãs nostálgicos e de amadurecer a história de Digimon para um público que o assistiu em sua infância — no entanto, peca ao ser totalmente dependente do anime de 1999, portanto muito dificilmente irá atrair novos fãs. Mas se você era fã de Digimon quando criança prepare seus lenços de papel, pois esse anime é nostalgia pura!

Nos vemos no próximo capítulo!