Antes de qualquer coisa é preciso deixar bem claro que Digimon Adventure tri. é um anime feito para os fãs de Digimon, algo destacado pela própria Toei Animation assim que a sequência de filmes foi anunciada. Portanto, se você não é fã de Digimon, ou se apenas assistiu quando era muito pequeno pela TV Globinho, possivelmente você não vá gostar.
Os OVAs de “tri” trazem muitas referências sobre a evolução da franquia no decorrer dos anos, e são direcionados, principalmente, aqueles que assistiram a primeira e segunda temporada muitas vezes, e se aprofundaram nelas em páginas e fóruns especializados. Estou cansado de ler “resenhas”, feitas por outros sites, de pessoas que com certeza não são fãs nem o público alvo da série.
Batizado de Ketsui (Determinação), o segundo filme estreou na semana passada no Brasil e cumpre o que foi prometido pelo diretor (Keitarou Motonaga): tem seu foco no amadurecimento das crianças escolhidas. No primeiro filme, Saikai (Reunião), nos deparamos com um Tai mais preocupado com os problemas que os Digimons. No segundo temos um Joe dividido entre seus próprios problemas e o fato de ser um digiescolhido.
O filme é repleto de clichês de animes colegiais: temos o clássico passeio às casas de banhos termais, com direito a muito fanservice para as garotas (leia-se: muitos garotos descamisados); e, graças a Mimi, temos um clássico festival escolar. Apesar dos clichês, a visita as casas termais são de extrema relevância para o anime, primeiro porque é uma forma da Toei ganhar um dinheirinho a mais, pois a casa de banhos em questão fez uma parceria com o lomga, e segundo porque lá podemos ver um melhor entrosamento entre os personagens e a nova escolhida, Meiko, além de enfatizar o conflito existente entre Tai e Matt, iniciado no primeiro filme.
Na sequência, o enredo parece se direcionar cada vez mais a dois personagens: Joe e Mimi. Joe está passando por um grande conflito interno, e se pergunta o porquê de ser um digiescolhido. Com seus 18 anos, ele está tentando entrar em uma universidade, porém, suas notas não estão nada boas, enquanto isso vários problemas envolvendo Digimons retornam para a sua vida. Em sua cabeça só existe uma pergunta: como ele pode se tornar um adulto responsável, se os problemas com os Digimons nunca acabam?
Mimi retornou dos EUA e começou a estudar na mesma turma que Meiko. Sua espontaneidade acaba deixando os demais alunos de sua classe bastante desconfortáveis. Após sofrer rejeição pelas demais garotas de sua sala de aula, ela começa a se questionar se é realmente uma pessoa egoísta.
Os conflitos pessoais desses dois personagens são a chave para uma nova evolução. “Para conhecer o verdadeiro poder, é preciso conhecer a escuridão e ir além.”
Paralelo a isso, podemos notar que as aparições dos Digimons pelo mundo são vistas como coisas totalmente negativas. Os recorrentes ataques, que se iniciaram na primeira temporada do anime, só tem passado um lado ruim dos monstrinhos digitais. Os dois primeiros filmes apontam para um grande problema futuro entre a humanidade e os Digimons, devendo ter seu ápice posteriormente.
Nesse ganhamos mais pistas sobre o que está por trás das aparições recentes dos Digimons. Algum tipo de vírus está infectando os monstros, e o centro desse problema é a Meicoomon, parceira da nova digiescolhida. Além disso, tivemos a volta do Imperador Digimon, sua aparição e qual o seu envolvimento com os problemas que são pilares para a história de “tri” — que são um total mistério (lembrando que os escolhidos de 02 são mostrados sendo derrotados no inicio do primeiro filme).
Digimon Adventure tri está cumprindo muito bem o seu papel, principalmente ao mostrar o cotidiano e desenvolvimento dos personagens, que é o que os fãs gostam. Possivelmente por eles os nomes dos ataques voltaram a ser mencionados durante as lutas. Mas como disse no começo desse texto, esse anime não é recomendado para qualquer um, “tri” ainda peca por ser direcionado a um público alvo muito restrito.
Não deixe de conferir nossa primeira análise: porque três não é demais!
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