Crítica: O Estudante Transferido no Cartoon Network

O Estudante TransferidoEm tempos em que os animes são deixados de lado pela TV brasileira, salvo raras exceções, é curioso ver um filme que homenageia as animações japonesas. O Estudante Transferido (Exchange Student Zero) foi uma grata surpresa para este começo de ano no Cartoon Network.

Na história, personagens de um jogo de cartas ganham vida e passam a criar problemas na Terra. Um deles é Hiro, o príncipe deste mundo imaginário repleto de batalhas, que é confundido com um intercambista japonês e vai morar com a família Stitt. Em sua nova casa, o herói convive com John, um nerd fã de seu anime, e Charity, uma popular e bonita garota que logo vira o seu interesse amoroso.

Com muito bom humor, o telefilme produzido pelo CN australiano brinca com diversos clichês dos animes. Não faltam referencias populares, que até mesmo o público não otaku (termo utilizado no Ocidente para chamar os fãs de animes) vai encontrar com facilidade.

Outra boa sacada foi a mistura entre os traços de anime e cartoon, servindo perfeitamente para demonstrar graficamente as diferenças culturais. Porém, isso acaba falhando nas cenas de ação, quando a animação destoa e os personagens carecem de mais frames. Uma solução estaria nos próprios animes, utilizando melhor recursos com cenas estáticas bem desenhas.

Outro problema encontrado no longa animado é que ele acaba sendo corrido demais. Parece que o diretor Bruce Kane queria colocar referencias demais e esqueceu da história. Ainda assim, O Estudante Transferido demonstra grande potencial e pode se sair melhor em sua série de 13 episódios, já confirmada para o ano que vem, onde terá mais tempo para desenvolver os personagens e fazer homenagens.

Para quem perdeu o filme, o Cartoon Network dará mais duas chances de assistir em janeiro, nos dias 17 e 18, ambas as vezes a partir das 20h. Outra oportunidade acontece em 23 de fevereiro, também às 20h.