Análise: Dragon Ball Z: O Renascimento de F

Divulgação. © Akira Toriyama / Shueisha / Toei Animation

Divulgação. © Akira Toriyama / Shueisha / Toei Animation

Inúmeros aspectos precisam ser levados em conta quando se resolve trazer um vilão de volta. A relevância e ameaça do mesmo deverão estar em perfeita sincronia, de forma que contemple o espectador.

O texto a seguir não contém spoilers

Se você ainda não assistiu a Dragon Ball Z – O Renascimento de F e se pergunta se vale ou não o ingresso a resposta é: sim, vale. A diversão é garantida. E até porque é sempre bom ver um vilão como Freeza de volta a ação —a vingança torna tudo ainda melhor.

Em relação à divulgação, a Fox Film desencadeou seu trabalho muito bem. Spots em diversos canais abertos e pagos puderam ser conferidos na semana de lançamento do longa. Se as bilheterias vão corresponder ao esforço feito pela distribuidora só saberemos no decorrer dos próximos dias.

Para começar o roteiro dispensa segredos, o desejo de Freeza em se vingar de Goku é deixado bem claro. E similar aos outros filmes da série, a batalha decisiva é deixada para o final, destacando primeiramente os demais personagens.

Entretanto o longa peca em alguns aspectos. Comecemos pelo 3D, totalmente descartável, e de piadas infames que aparecem no decorrer de lutas. Porém o que de fato me entristeceu foi que este reencontro não demonstrou de fato ser algo perigoso. As transformações de Freeza também são meros detalhes, o poder de cada uma delas não é bem levado a sério.

É interessante ficar atento ao drama que há entre Goku e Vegeta e como ele se desenrola ao longo do filme. Ah é, também é curioso o comportamento de Whis, assistente de Bills, o deus da destruição, aqui bem mais efeminado do que em Dragon Ball Z – A Batalha dos Deuses. Não o subestime por isso. Porém, Dragon Ball Z – O Renascimento de F entrega aquilo que o fã deseja: batalhas, mesmo que seja de modo condensado. A nostalgia é o que fala mais alto.

Sobre a dublagem brasileira, realizada pela Unidub, dispenso críticas negativas, e repudio aqueles que o fizerem, pois a atuação dos atores está incrível. Trocadilhos em relação ao texto original são perceptíveis, mas de forma alguma algo que seja condenável. Elas até mesmo enriquecem o filme.

Para mim, Freeza poderia ter renascido mais a frente, talvez em Dragon Ball Super. A ideia de trazê-lo agora foi muito boa, mas ainda assim deixou a desejar. O vilão poderia ter causado uma onda de terror sem precedentes em novos episódios para a TV, o que tornaria sua vingança bem mais emocionante. Um pouco de sofrimento aqui e ali, o humor que Toryama sempre deixou claro em momentos fora das batalhas, e a real ameaça do perigo iminente.

O Renascimento de F não é exatamente um grande filme, mas uma ótima opção pipoca.