Co-fundador da Madhouse alerta que China pode ultrapassar o Japão na produção de animes

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Masao Maruyama, produtor veterano e que ajudou a fundar a Madhouse em 1972, comentou em uma entrevista à AFP alertando que a animação japonesa perderá terreno para a China porque, segundo ele, o comercialismo sufoca a criatividade.

Para ele, os animadores da China possuem uma maior criatividade e a indústria por lá só não cresce por conta das barreiras políticas existentes.

“No Japão, as pessoas não são mais treinadas em animação. A única razão pela qual a China ainda não alcançou o Japão são as muitas restrições à liberdade de expressão. Se a liberdade tiver rédea solta, o Japão será dominado em pouco tempo”.

Masao comenta que no Japão, os profissionais estão mais preocupados em produzir séries que satisfaçam o público do que treinar a próxima geração de talentos de animação, o que pode vir a ser algo prejudicial a longo prazo.

O veterano também comentou de sua relação com o lendário Osamu Tezuka, já que ele está produzindo um anime baseado no mangá Pluto, escrito por Naoki Urasawa e que e trata de uma releitura de Astro Boy do mestre Osamu. Ele diz ser o herdeiro mais autêntico do DNA do Tezuka, observando sua falta de preocupação com orçamentos e sua visão workaholic meio egoísta.

Masao produziu diversos títulos de sucesso como Sakura Card Captors; Death Note; Monster; Ninja Scroll, entre outros. Após ter deixado a Madhouse em 2011, ele fundou o estúdio MAPPA e em 2016 deixou o cargo de CEO para fundar o Studio M2.