Após perder os pais para uma doença e se tornar um mineiro, Musashi, antes rejeitado e esquecido por quase todos do lugar aonde mora, se junta a um casal de amigos para se tornar o grande herói que sempre sonhou ser um dia, mesmo que tudo e todos o digam que é impossível. Lembra até a sinopse de Naruto, certo? Mas é só a premissa de Orient, a mais recente aposta do estúdio A.C.G.T. para a temporada de inverno (janeiro a março) de 2022 e que chega à sua reta final esta semana. O que pode significar tanto um alívio quanto um pesar para quem tem acompanhado o anime.
Ao longo de seus 12 episódios, a adaptação da obra de Shinobu Ohtaka não apresenta nada que já não tenhamos visto em outras produções do gênero shounen de anos anteriores. O que, não necessariamente, deve ser visto como algo negativo, caso o espectador esteja buscando apenas uma historinha genérica para passar um tempinho. Mas a nível crítico, Orient, além de apresentar um universo minimamente interessante com suas fortalezas voadoras, auras coloridas e toda a questão da invasão Oni como pano de fundo, consegue entregar um time de comédia competente durante seus episódios. Nada muito significativo, mas bom o suficiente para dizer que, além da abertura cativante, ainda possui algo que preste para admirar.
E como foi mencionado anteriormente, o universo envolvendo a obra é realmente muito interessante, o que foi, provavelmente, uma das grandes razões que me fizeram seguir com a serie até seu fim. Fiquei imaginando o quão interessante, empolgante e grandioso seria acompanhá-la se a obra fosse melhor refinada em seus quesitos técnicos e explorasse melhor as ambientações apresentadas no anime (como as cidades, fortalezas, mercados etc.) – tal qual obras do gênero, como Bleach ou Naruto, aonde o espectador praticamente é levado a conhecer cada beco existente de uma localidade. Mas talvez seja esperar muito de 12 míseros episódios.
No que diz respeito às narrativas, não demora muito para deixarmos o protagonista de lado e começarmos a nos envolver com seus companheiros de time. Ao serem apresentados na trama, eles logo conseguem chamar mais atenção e nos cativar com suas histórias individuais. Desde o enfoque em Kojirou e sua descendência, no episódio dois, até o mini arco de Tsugnumi abordando relações “familiares” tóxicas à base de violência psicológica e dependência afetiva. Esse mini arco, vale ressaltar, aborda de maneira muito bonita o discurso sempre trazido pelo anime de que a família também pode ser formada por aqueles que escolhemos para estarem conosco. Aqui, a animação apresenta conflitos internos que não estão muito longe da realidade de quem viveu tal experiência. Este, é sem dúvidas, um dos pontos mais dramáticos da temporada.
Já o protagonista da história, é o típico garoto impulsivo e cabeça dura que está disposto a lidar até com demônios 3 vezes maior que ele, sem nenhuma chance de êxito, só para conseguir realizar seu sonho de herói, mas que no fim acaba dependendo de alguém pra salvá-lo e continuar fazendo burrada. Porém, Musashi ainda assim consegue a proeza de ser bem mais simpático e resiliente do que a maioria dos protagonistas desse gênero e nos cativa com sua relação com o amigo Kojirou. O que desperta uma curiosidade – pelo menos ao meu ver – sobre como se dava a relação de seus pais e o futuro guardião do garoto, Jisai Kanemaki, no passado (embora abordada no anime, isso foi feito de forma muito superficial). Seria um aprofundamento interessante de acompanhar.
Apesar do design de personagens simplista, CGI tosco e um tema de encerramento morno, Orient é uma obra que sobrevive no limiar do razoável com o ruim e que em seus momentos finais ainda busca agarrar a atenção de seu público com pontos não resolvidos e ganchos para uma possível segunda temporada. O anime é mais um daqueles títulos que a audiência até vê um certo potencial, mas que em algum momento do processo de produção, se perde e acaba sendo só mais um dentre uma gigantesca leva de títulos lançados anualmente e cujo desempenho é tão baixo quanto a cintura da calça do Musashi.
Orient está disponível no Brasil pela Crunchyroll em versões dublada e legendada.
*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*
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Sinceramente anime assim Shonem, deixo pra os Shonens, digo mesmo pra Jujutsu e Boku no Hero.
Esse anime tá no meu top 10 de shounen mais b@stas já feitos. Tudo nele é ruim e mal feito.
Teu cu
Um shounen bem feito me agrada… No caso é algo que Orient está longe de ser.
Não foi nenhum primor, mas também não foi tão ruim assim vai. Esse é aquele típico shounen nota 6, é bom pra passar o tempo, tem umas lutinhas de vez em quando e não precisa pensar muito pra assistir. É um boa opção quando você não tem nada melhor pra fazer. Acho que Magi, considerando só a 1ª temporada aqui, ainda foi bem melhor que esse, pena que não continuaram (nem como o Spin-off do Simbad). Mas, de qualquer forma, uma avaliação dele (só pelo anime, sem conhecer o mangá) ainda é prematura, considerando que ele é split-cour e ainda vai ter uma segunda metade no fim do ano.
Primeira vez que concordo com uma crítica do site. Não é um anime fo@a mas é legalzinho
Esse treco é dublado e Magi não?
Um shounen bem feito me agrada