A Sony segue firme em seu plano de extinguir a marca Animax do Ocidente. A gigante japonesa bem que tentou fazer dele um sucesso nesta parte do mundo, mas fracassou na forma de dirigir o canal, deixando-o nas mãos de suas filiais, cujas equipes não tinham nenhum conhecimento sobre os animes. O resultado não poderia ser mais desastroso: aos poucos o canal foi sendo descaracterizado com a inserção de séries, live actions e realities.
Com isso, o Animax acabou morrendo e a solução foi substituí-lo por um novo canal, e nasceu o Sony Spin. Uma tentativa de se livrar do erro anterior e seguir adiante. Primeiro em Portugal, depois a América Latina (em outros países se tornou Sony Max). O que a Sony não esperava é que o público da América Latina fosse rejeitar a novidade. A audiência do canal acabou não sendo das melhores e para tentar alavancá-la, novos programas foram adquiridos, mas nem isso funcionou. E se reprisar animes era algo que ainda dava alguns pontos no ibope, a direção decidiu retirá-los da grade, rompendo de uma vez por todas com a corrente que ainda o ligava ao Animax. Hoje em dia, o Sony Spin tornou-se um canal dispensável para a maioria dos assinantes e, apesar de sempre tentar trazer novidades voltadas para o público jovem, não conseguiu emplacar.
Curiosamente em outras partes do mundo o plano de erradicação do Animax foi colocado de outra maneira. Na Europa, a direção da Sony optou por inserir a marca AXN (por ser mais conhecida lá) e transformou o Animax em um canal de séries AXN Black (recentemente foi lançado também o AXN White), já na Polônia surgiu o AXN Spin, que é o que mais se aproxima do Animax por causa da faixa de animações que possui, desde desenhos adultos como American Dad e Boodocks a séries animadas japonesas como Dragon Ball GT, Naruto, Ghost in the Shell: Stand Alone Complex, além dos animes da Marvel (Homem de Ferro e Blade).
A pergunta que não quer calar é: por que a programação do Sony Spin não pode ser semelhante a do primo polonês ou parecida com a dos demais países onde a marca Animax ainda é ativa? No mundo, o Animax ainda é uma realidade, em alguns países asiáticos ainda possui a mesma logomarca da versão japonesa, já em outros sofreu um rebrand visual e na programação, mas não perdeu sua essência anime. No Ocidente, apesar de também ter passado por uma mudança, está limitado à Espanha, Alemanha, Hungria, Romênia, República Tcheca e Eslováquia. Em todos eles a fórmula anime, series e live actions é utilizada, resta saber até quando.
Para tentar se redimir, a Sony anunciou que lançaria o Animax Online, que até hoje não passou de uma promessa, mas ao que tudo indica, deve se tornar uma seção especial do recém-lançado Cranckle, ainda na fase beta, onde é possível assistir a filmes, séries e animes de graça. Por enquanto não está 100% operacional. O brasileiro realmente é tão viciado em seriados, realities e programas musicais? A verdade é que ninguém entende o que se passa realmente na cabeça da Sony.
Alguns atribuem o fracasso do Animax ao pouco interesse do público e por ele ter nascido em uma época onde sua distribuição era limitada a pacotes e ainda não havia uma grande oferta de operadoras de TV por assinatura como hoje. Sem dúvida a opção mais debatida é a falta de competência de seus diretores, que acreditavam que um canal de animes poderia ser manejado da mesma forma que um de filmes ou séries. De uma coisa todos nós sabemos: não existe mais segmentação na TV paga, hoje em dia tudo se resume a audiência e quem acaba pagando o pato no final das contas acaba sendo o assinante, sempre insatisfeito com as opções que lhe são oferecidas e na maioria das vezes, não deixa de ter razão.
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