“Animeterapia”: novo método de psicoterapia está sendo testado no Japão

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Uma proposta um tanto quanto inusitada talvez, para alguns, começou a ser colocada em prática no Japão: o uso de personagens de animes como mediadores de psicoterapia para indivíduos com demandas relacionadas a busca por saúde mental.

De acordo com informações do portal nipônico ItMedia, o projeto teria sido levado adiante por estudiosos da Universidade da Cidade de Yokohama através do laboratório de pesquisa Minds1020Lab, e apesar de parecer uma ideia que poderia ter sido genuinamente concebida por japoneses, foi na verdade idealizada por um psiquiatra italiano chamado Panto Francesco, um acadêmico estrangeiro que faz hoje parte do quadro da instituição universitária.

No processo, um grupo de indivíduos com idade entre 18 e 29 anos, responderá questionários que serão distribuídos de forma anterior à intervenção, onde cada um deles poderá escolher 1 entre 6 personagens de animes com histórias únicas. Durante as sessões, os participantes a princípio serão apresentados ao personagem selecionado na tela e conhecerão o universo fictício onde ele está inserido e dilemas que compõem sua trama narrativa, em uma interface similar a de jogos no estilo visual novel.

Passada a apresentação e em um certo momento do experimento, um profissional de psicologia assume o papel do personagem escolhido e conduz o participante usando metodologias de aconselhamento psicológico. Ao terminar o momento, um novo formulário será distribuído para que o indivíduo atendido possa respondê-lo. Confira a seguir algumas das imagens utilizadas para a realização do experimento.

A premissa teria partido do entendimento por parte dos envolvidos de que histórias de ficção consumidas pelos seres humanos teriam impactos significativos em suas vidas e que o Japão, em especial, tem uma relação com suas próprias produções animadas que vai além do entretenimento, sendo parte da identidade cultural da população japonesa.

Por isso, haveria uma possível necessidade da promoção de metodologias terapêuticas que possam ir além dos padrões convencionais, reduzindo a resistência de uma parcela das pessoas em buscar serviços voltados a área de saúde mental.

A experiência está sendo realizada em parceria com a companhia Dai Nippon Printing (DNP), que está responsável pela montagem das narrativas e pela concepção dos personagens animados utilizados e está sendo apoiada por um programa de amparo estatal chamado COI-NEXT, que tem como objetivo reunir instituições do setor industrial e acadêmico do país para resolver problemas sociais através de iniciativas inovadoras.

Ainda segundo o que foi divulgado, o experimento científico já está sendo conduzido desde o dia 1º de outubro de 2025 e tem duração prevista até o dia 30 de junho 2026.