Análise: Under the Waves: o oceano desbravado pela Quantic Dream

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Explorar os oceanos é algo que o homem vem fazendo ao longo dos últimos anos, descobrindo locais e criaturas nunca antes vistas, apesar das limitações de recursos, conhecer este mundo tão vasto é algo que fascina a humanidade. No mais novo título da francesa Quantic Dream, Under the Waves, responsável por sucessos como Heavy Rain, Beyond: Two Souls e Detroit: Become Human, somos apresentados exatamente a isso; uma atmosfera dramática e ao mesmo tempo emocionante, onde assim como nos anteriores, somos envolvidos de uma forma poética na história.

Quantic Dream / Divulgação

Dividido em episódios (equivalente aos dias submerso), Under the Waves tem como protagonista um mergulhador profissional chamado Stanley, um homem marcado pela dor da perda, que usa seu trabalho como uma forma de esquecer daquilo que tanto o assombra e fere sua alma. Dentro do Mar do Norte, Stanley precisa concluir uma série de missões propostas por seu chefe, independente de qual seja a missão. Por passar dias em total solidão, a mente do protagonista é tomada por pesadelos que vão ficando cada vez pior a medida que o jogo evolui.

É interessante destacar que isso é uma característica dos jogos da Quantic Dream, e quem já jogou cada um deles sabe ao que me refiro, mas quem não conhece, podemos dizer que o psicológico dos personagens é sempre o grande destaque. Apesar das missões de reparos, também é possível fazer outras secundárias, entre elas: fotografar a vida marinha no local, encontrar novos recursos e explorar locais inabitáveis. Tudo isso pode ser feito ou não pelo jogador. Para fazer tais missões, o personagem utiliza Moon, um submarino que pode ajudar muito na hora de percorrer certas áreas do jogo — além poupar oxigênio, é claro.

Quantic Dream / Divulgação

Graficamente, Under the Waves consegue ser bonito, mas tem problemas de atrasos nas legendas, o que atrapalha em certos momentos. Além disso, os diálogos também pecam um pouco pela falta de sincronia, mas são apenas pequenos detalhes que não atrapalham a experiência; e se você não é o tipo de pessoa que se importa, isso vai passar batido e o foco vai ser apenas na história e no visual, e se tratando disso, a Quantic Dream novamente nos presenteia com belos detalhes, entre elas a vida marinha, nos objetos e cenários, algo que é sempre um show a parte.

Outro ponto é a solidão do protagonista e que acaba fazendo com que o jogador também se veja assim durante o gameplay. Saber que é você e aquele imenso oceano torna tudo ainda mais tenso, especialmente durante as explorações, pois nunca se sabe o que pode surgir das profundezas. Heavy Rain, Beyond: Two Souls e Detroit: Become Human possuem belas trilhas sonoras e Under the Waves também não ficou de fora, sendo responsável por elevar ainda mais a narrativa, em meio a explorações a bordo do submarino, o que nos envolve na vida do protagonista.

Under the Waves no geral é dramático e emocionante, sendo duas palavras que resumem o jogo. Confesso que não gosto de jogos onde em algum momento você terá que estar no mar ou simplesmente explorar o mundo marinho, sempre tive um “medo” infantil disso, talvez por conta de não saber o que podemos encontrar nas profundezas, e quando vejo missões assim, começa a tensão (risos). Dois exemplos que posso citar para mim são Shadow of Colossus e Kingdom Hearts. A batalha aquática do primeiro me deu agonia, já o oceano encontrado no crossover da Disney com a Square Enix não me provocou momentos tensos. Porque será?

Mas e Under the Waves, vale a pena? A resposta é sim, se você gosta de jogos cuja a história te envolvem do começo ao fim e não priorizam tanto o gameplay. Correções técnicas precisam ser feitas, e isso deve acontecer em futuras atualizações do jogo, mas tirando isso, vai chamar sua atenção e te instigar a ajudar Stanley a curar sua alma perdida na solidão do oceano.

Under the Waves está disponível para PlayStation 5 e 4, Xbox One, Xbox Series X|S e PC.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*