Análise 2: Totto-chan A Menina na Janela | Não recomendado para pessoas sensíveis

Reproduçção.

Quem nunca teve uma irmãzinha ou uma sobrinha hiperativa que apronta e bagunça, mas é um amor de pessoa? Eu tenho uma afilhada que é um furacão em casa, deixa tudo esparramado, adora brincar se aventurando, como curiosa, querendo conhecer as coisas e consequentemente dá trabalho para mim e meus pais cuidarem dela, entretanto adora ficar comigo e com nossa família e Totto-chan: A Menina na Janela me faz lembrar bastante da minha “sobrinhazinha“.

Lançado originalmente no Japão em 2023, o longa chega aos cinemas brasileiros neste 9 de outubro, baseado no livro autobiográfico da atriz e escritora japonesa Tetsuko Kuroyanagi, dando a sua visão da Segunda Guerra Mundial, durante a sua infância. A autora, posteriormente, foi embaixadora da Boa Vontade do UNICEF em 1984 e permaneceu por bastante tempo no cargo, viajando para diversos países, realizando campanhas de arrecadação de fundos e usando sua visibilidade na mídia japonesa para dar voz a crianças em situação de vulnerabilidade.

Shin-Ei Animation / Divulgação

A produção começa de forma descontraída, mostrando a jovem Tetsuko na escola, onde brincava com a mesa e observava um grupo na janela do colégio, fazendo com que a professora tenha uma reunião com a mãe. A docente afirma que a agitação da aluna não era compatível com as normas da escola, o que acaba obrigando sua cuidadora a matriculá-la em uma outra instituição, Tomoe Gakuen, mais voltada ao entretenimento e com vagões de trem sendo usados como salas de aula. O diretor, super animado, Sosaku Kobayashi usa a refeição como ensino e assim nossa protagonista é apresentada como Totto-Chan, apelidada carinhosamente pelo seu pai.

A partir daí, o ritmo da animação começa a mudar, quando somos apresentados ao colega de classe Yasuaki que possui poliomielite, Sua condição desperta a curiosidade de Totto-Chan e logo se apega a criança, transformando-se em uma longa amizade. Acompanhando o anime, conhecendo a história de Tetsuko, podemos ver muita coisa que influenciou na vida da atriz, nós mergulhamos e ficamos imersos no ponto de vista da futura embaixadora da UNICEF.

À medida que o longa avança, somos apresentados a momentos que abordam sobre morte e politica, somos mostrados a visão japonesa mediante a guerra e suas motivações e a inocência da infância de Tetsuko, apresentada como uma criança birrenta e mimada e logo tudo se transforma amadurecendo em um final atingindo a adolescência cheio de dor e esperança, em um final que infelizmente termina em aberto e poderia apresentar o que Tetsuko Kuroyanagi se tornou após o longa.

Produções baseadas em fatos verídicos sempre tinham um posfácio com uma mensagem do que a pessoa fez na vida real e assim despertar a curiosidade de pesquisar mais sobre a história. Quem não conhece sobre a vida da atriz e for ver como um anime normal, não vai entender nada.

Shin-Ei Animation / Divulgação

Entretanto, nem tudo são flores, há momentos de exposição desnecessária que podem incomodar e até mesmo problematizar.

Para finalizar, Totto-Chan: A Menina Na Janela é um anime que explora a inocência da infância de Tetsuko Kuroyanagi ao horror da Segunda Guerra Mundial com um final melancólico. Durante a sessão na cabine de imprensa disponibilizada pela Sato Company, reparei que algumas pessoas choraram durante a exibição. Recomendo bastante para quem curte animes similares aos do Studio Ghibli e traz situações que lidam com amadurecimento.

Nota: 9/10

Totto-Chan: A Menina Na Janela está em exibição nos cinemas.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*