Análise: The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom – Zelda assume o protagonismo!

Pela primeira vez na franquia, Zelda assume o protagonismo em um jogo que oferece ao jogador explorar o mundo colocando sua criatividade em prática na busca por resgatar um misterioso espadachim que usa roupas verdes. Com diversas inovações no gameplay, Echoes of Wisdom pode ser uma boa porta de entrada para jogadores que conheceram a franquia através de Breath of the Wild e Tears of the Kigdom. Após concluir o game em cerca de 25 horas, apresento a minha análise desse que pode ser um marco na franquia.
O JOGO
Para explicar um pouco do jogo, é necessário mencionar o plot inicial mas, apesar de contar o que acontece nos primeiros minutos do jogo, evitarei me aprofundar muito para não dar spoilers de partes avançadas da história. Dessa vez, o reino de Hyrule sofre a ameaça de misteriosas fendas que causam o desaparecimento de muitos habitantes, incluindo Link que salva Zelda das garras de Ganon já nos primeiros minutos do jogo. No papel de Zelda, você busca solucionar os mistérios das fendas e encontrar Link. Para cumprir essa missão, você conta com um companheiro, Tri, que compartilha seus poderes e auxiliará Zelda nessa empreitada.
Echoes of Wisdom é um jogo single player offline de ação/aventura em um mapa aberto repleto de locais misteriosos para explorar e pessoas que precisam de ajuda para completar diversas missões. Apesar de ter um mundo para explorar, alguns locais só poderão ser alcançados após avançar na história.

GAMEPLAY
O grande diferencial desse jogo é a mecânica de memorizar ecos. Aqui, Zelda, juntamente com Tri, podem memorizar itens e inimigos dos mais diversos tipos que você encontra em sua jornada. Ao memorizar é possível invocá-los como ecos para auxiliar no deslocamento do mapa bem como utilizar em combate. Precisa alcançar um local alto? Mesas e blocos empilhados irão auxiliar. Chegou em um local com diversos inimigos? Ataque-os com inimigos memorizados. O número de possibilidade é gigantesco, e as vezes pode até atrapalhar de tanta opção que você tem. Seja no sentido de não achar nos menus o que precisa até mesmo ficar se perder e não lembrar de opções memorizadas no começo do jogo. Para não “quebrar” totalmente o jogo, o número de invocação é limitado ao poder de Tri, bem como cada item/inimigo tem um custo de pontos. Você pode aumentar seu poder no decorrer da história ou fazendo objetivos secundários.
Além dos ecos, o game conta com outras habilidades como uma em que Zelda pode mover objetos (que lembra muito uma habilidade de Tears of the Kingdom) ou até imitar os movimentos. Todas as habilidades formam uma Zelda que pode usar e abusar delas com sua criatividade e desbravar diversos locais do mapa sem que exista aquela maneira correta. Por um lado, isso torna o jogo diferente para cada um, por outro, em alguns momentos utilizar um ou outro eco pode facilitar muito determinados caminhos/confrontos. Por exemplo, em uma parte do jogo existia um caminho perigoso para se atravessar, mas, utilizando alguns itens consegui “burlar” essa travessia e chegar no objetivo final de forma rápida e sem sofrimento.
Destaco que conceitos clássicos da franquia são mantidos, então você precisará resolver diversos quebra cabeças em masmorras e templos, coletar fragmentos de coração para ampliar sua vida além de icônicas técnicas como utilizar arco e flecha e bombas. Tribos já tradicionais também fazem parte dessa história, porém novidades aparecerão. Podemos dizer que o tradicional está presente mas com um frescor de novidade devido as habilidades da Zelda.
LINDO DE SE VER
A arte do jogo é linda e mostra que, mesmo com um hardware mais antigo, é possível fazer algo bonito sem depender de gráficos ultrarrealistas. Apesar disso, o jogo tem alguns problemas de performance e é nítido a queda de quadros principalmente em áreas abertas com muitos elementos ou até mesmo em áreas fechadas quando acontece muita coisa na tela. Incomoda, mas é algo bem momentâneo que talvez pudesse até ser corrigido com atualizações. Mas olhando o passado com Link’s Awakening, imagina-se que ficará assim mesmo.
Lindo também é ver o cuidado que a Nintendo tem com seus produtos. Se por muitos anos reclamava-se de não ter jogo deles em Português, hoje é perceptível entender que a enorme demora se justifica com localizações impecáveis. Mario Wonder foi um exemplo recente disso e agora, com o primeiro “Zelda” em português, fica claro que a Nintendo entende o conceito de localizar um jogo. Echoes of Wisdom não foi apenas traduzido para português brasileiro, o jogo foi localizado. Expressões que fazem parte da nossa língua e nomes dos inimigos que buscam fazer sentido com o público brasileiro são exemplos de quando uma empresa entende que precisa aproximar o jogador daquele país a história que está sendo contada. E aí me desculpem os fãs tradicionais que preferem que termos em inglês sejam mantidos, mas não existe nada melhor que ler um texto, nome de um inimigo ou de uma arma com palavras que fazem parte do nosso dia a dia.
VALE A PENA?
Echoes of Wisdom sem dúvida é um dos grandes títulos da franquia, e talvez um dos melhores do ano, ao apostar em novidades, mas sem deixar de lado alguns elementos tradicionais. É nítido a intenção da Nintendo em trazer jogadores que recém descobriram a franquia para testar novas vertentes, e esse jogo funciona muito bem como uma parte de entrada. Com pouquíssimos problemas técnicos, um visual lindo, gameplay criativa e uma localização para português impecável, esse jogo merece uma chance para quem ainda não se aventurou pelo mundo de Hyrule.
RESUMO
PONTOS POSITIVOS
- Arte incrível
- Gameplay criativo
- Localização
PONTOS NEGATIVOS
- Alguns problemas de performance
- Grande número de possibilidades pode provocar um pouco de confusão
The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom já está disponível exclusivamente para Nintendo Switch.
*Para fins de análise, foi utilizada uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Nintendo.
*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*
Notícias relacionadas
Não há notícias relacionadas.