Análise: Teenage Mutant Ninja Turtles: The Cowabunga Collection

Konami / Reprodução

Teenage Mutant Ninja Turtles: The Cowabunga Collection veio com a promessa de trazer ao público uma verdadeira avalanche nostálgica e dar a fãs de longa data dos quelônios lutadores a oportunidade de conhecer ou de revisitar produções que marcaram a passagem da franquia pelos videogames em seu período de maior auge. Mas será que a meta foi alcançada pela Konami, antiga casa dos jogos da franquia? É o que iremos analisar dessa vez.

Nesta coleção, testada no console Playstation 4, os jogos a que se teve acesso foram respectivamente:

  • Teenage Mutant Ninja Turtles (Arcade)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles: Turtles in Time (Arcade)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles (NES)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles II: The Arcade Game (NES)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles III: The Manhattan Project (NES)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles: Tournament Fighters (NES)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles IV: Turtles in Time (Super Nintendo)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles: Tournament Fighters (Super Nintendo)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles: The Hyperstone Heist (Sega Genesis)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles: Tournament Fighters (Sega Genesis)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles: Fall of The Foot Clan (Game Boy)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles II: Back From The Sewers (Game Boy)
  • Teenage Mutant Ninja Turtles III: Radical Rescue (Game Boy)

Novidades

Em geral, pouco há o que dizer quanto ao se avaliar critérios como jogabilidade, história, trilha sonora e gráficos, pois o que se está falando aqui são de jogos que em sua grande maioria chegaram às lojas e prateleiras nos anos 90, com limitações tecnológicas e de inovação, que tornam comparações com games atuais, sejam eles em estilo retrô ou não, um tanto quanto injustas, então será avaliado aqui principalmente os conteúdos novos contidos na coletânea.

Uma das novidades que me deixaram mais impressionado é a ferramenta que permite deixar a máquina jogar o jogo completo por você, onde o jogador pode interferir a qualquer momento assumindo a gameplay em tempo real.

Além dessa, outros diferenciais são os continues infinitos e a possibilidade de rebobinar um momento do jogo para tentar refazê-lo não perdendo vida ou itens. Esse último talvez não surpreenda familiarizados com emuladores e, no geral, poder ser algo encarado até mesmo com incômodo ou certo desdém por jogadores “à moda antiga”, mas que podem equilibrar a dificuldade do antigo material para novos jogadores, tornando uma possível primeira experiência mais acessível a um público pouco habituado com clássicos que venha a ser apresentado ao produto. Um multiplayer local com até quatro jogadores e online também foram adicionados a fim de permitir um maior dinamismo e diversão nas jogatinas.

Está presente também no conjunto uma galeria onde é possível conferir desde capas dos antigos jogos lançados a seus manuais, assim como desenhos animados das tartarugas, trilhas sonoras, HQs e outros conteúdos adicionais que trazem inúmeras curiosidades que com certeza podem agradar em cheio fãs que gostam de buscar informações sobre suas séries e personagens favoritos “nas entranhas”.

Avaliação Geral

Por mais maravilhosa que a coletânea no geral se revele, uma crítica em particular que eu não deixo de expressar é sobre a falta de legendas em português para o material, que acaba sendo uma grande falha ao menos para os consumidores brasileiros.

É importante aqui frisar que o Brasil é até hoje um dos países onde As Tartarugas Ninjas consolidaram uma de sua maiores bases de fãs, refletindo-se tanto na considerável presença dos personagens no imaginário popular mesmo sem produções novas em destaque na mídia como através das demonstrações de apego do fã brasileiro ao quarteto, demonstrada seja com a presença de itens como brinquedos baseados nos heróis nas mãos de crianças como até mesmo outros produtos com imagens do quarteto estampadas em cadernos, lancheiras, camisas e afins de outras faixas etárias.

Parte desse mesmo público que curtia os heróis em suas infâncias, hoje tem relativo poder de compra não só para garantir a compra certa de uma coleção de jogos que marcou esse período de suas vidas como para exigir um produto completo, visto que em pleno 2022 e com tantos lançamentos oficiais no país, não faltam opções de jogos com localizações que incluem de textos traduzidos a até mesmo dublagens em português, além de se destacar que tal fator ajuda (e muito) não só a democratizar a experiência dos consumidores como também soa como um aceno amigável da empresa responsável a mostrar que de fato se importa com o público de uma determinada região.

No entanto, mesmo esse aspecto pode também nem chegar a ser lá um grande problema, especialmente para muitos que cresceram usando os jogos eletrônicos como alternativa às aulas enfadonhas da escola para aprender inglês, seja por cartuchos piratas ou originais, que por um acaso compõem também boa parte do público alvo.

Feita essa crítica pontual, o que é possível afirmar é que essa coletânea repleta de clássicos, que podem ter sido os primeiros contatos de muitos com o universo dos jogos eletrônicos, se mostra bastante perceptível o apelo e a força que o gênero conhecido como beat’em up segue tendo entre jogadores que, embora possam usufruir do melhor que os consoles modernos podem oferecer, não deixam de reviver o passado e reconhecer o potencial de diversão que jogos de uma produção antiga e mais simples ainda são capazes de proporcionar.

Dito isso, The Cowabunga Collection sem dúvida é uma coleção que vale muito a pena conferir, especialmente se você for um entusiasta de jogos em estilo retrô ou um fã de longa data de Leonardo, Mikelângelo, Donatello e Raphael.

Teenage Mutant Ninja Turtles: The Cowabunga Collection está disponível para as plataformas Nintendo Switch, PlayStation 4, Playstation 5, Xbox One, , Xbox Series X/S e PC (via Windows).

Autor: Henrique Zanardi