
Novo lançamento da SEGA desenvolvido pela Lizardcube, o mesmo estúdio que revitalizou Streets of Rage 4, Shinobi: Art of Vengeance resgata a história de Musashi, agora em uma nova fase da vida. Após anos como guerreiro imbatível, ele vive como mestre da próxima geração do Clã Oboro, prestes a se tornar pai. A tranquilidade, no entanto, é brutalmente interrompida com a chegada de Lord Ruse e a corporação militar ENE Corp, que dizimam tudo relacionado ao clã. O massacre obriga Musashi a vestir novamente a máscara do guerreiro.
A narrativa se desenrola como uma campanha solo direta, com poucos diálogos e um charme curioso: Musashi não fala, apenas emite grunhidos ameaçadores. Nos tempos de hoje, isso poderia facilmente virar algum tipo de deboche, mas o jogo leva essa característica a sério. Ninguém questiona a falta de falas; ele é, simplesmente, um homem de ação.

E ação é o que não falta. Art of Vengeance, demora um pouco para engatar, mas logo encontra seu ritmo, colocando o jogador no papel de um ninja ágil, preciso e letal. As sequências de perseguição são um espetáculo à parte, em uma delas, Musashi termina a cena surfando em um míssil. Para os fãs da franquia, isso pode parecer familiar, mas para novos públicos é uma introdução poderosa ao universo Shinobi.
Visualmente, o jogo é um deleite. O “Art” do título não está ali por acaso. Com um estilo artístico desenhado à mão, inspirado na caligrafia e na estética da tinta japonesa, Shinobi: Art of Vengeance se destaca em cada frame. Apesar de ser um jogo 2D, o cenário é rico em profundidade, com camadas visuais que criam a ilusão de tridimensionalidade. Por outro lado, esse cuidado visual tem um custo: objetos do primeiro plano às vezes obscurecem caminhos ou inimigos, o que pode desanimar em momentos importantes.
O combate é outro ponto alto. Embora seja possível vencer inimigos básicos com ataques leves e pesados, o jogo estimula o uso de técnicas mais avançadas. As habilidades “Ninpo” e “Ninjutsu” que Musashi adquire com o tempo dão uma nova dimensão à jogabilidade. “Ninpo” é ideal para quebrar defesas e finalizar combos, enquanto “Ninjutsu” depende de uma barra de raiva e serve como carta na manga nos momentos mais difíceis, sempre com animações espetaculares.
A estrutura das fases também merece destaque. Cada estágio entrega tudo, com um visual que convida à exploração. Musashi pode usar saltos duplos, ganchos, planadores e investidas aéreas para navegar por caminhos escondidos ou superar plataformas desafiadoras. A combinação dessas mecânicas é intuitiva, mas o jogo exige precisão, um erro pode significar reiniciar longos trechos da fase. Mesmo após o fim da campanha principal, o título oferece motivos para continuar jogando. Há desafios extras como as “Ankou Rifts“, que misturam combate intenso com plataformas difíceis. E para os mais puristas, o Modo Arcade entrega ação pura, sem interrupções narrativas.
Outro destaque é a acessibilidade. A Lizardcube permite que jogadores menos experientes ajustem o nível de dificuldade em detalhes: é possível reduzir o dano dos inimigos, o impacto dos golpes e até a penalização ambiental, tudo com precisão percentual. Há ainda opções que tornam os combos e efeitos de amuletos mais fáceis de executar. A maioria dos jogadores talvez não precise recorrer a isso, mas é louvável que a opção exista. Mesmo sem o peso da nostalgia, Shinobi: Art of Vengeance impressiona por méritos próprios. Combinando ação fluida, combate técnico e um estilo visual arrebatador, o jogo mostra por que a série merecia voltar.
Nota: 9 / 10
Shinobi: Art of Vengeance está disponível para PlayStation, Xbox, Nintendo Switch e PC.
*Análise realizada a partir de uma cópia do jogo enviada pela SEGA.
*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*
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