Análise: Sandman: os fins justificando os meios

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Eis que o deus do sonho desperta das histórias em quadrinhos para sua versão em série na Netflix. Como sua forma de se apresentar é relativa ao ser com quem dialoga, The Sandman nos surpreende tanto em sua forma lobo, aparentemente semelhante ao Fenrir das culturas nórdicas, quanto em um breve relação com um ser mitológico que nos faz questionar a real paternidade do semi-deus Orfeu. Vamos observar um pouco como o episódio extra lançado recentemente se complementa ao todo.

Morpheus, Oneiros na mitologia ou Sandman, de acordo com o Romancista e quadrinista Neil Gaiman, apresenta pouco a pouco, como grãos de areia, seus feitos acima dos deuses na condição de perpétuo, mantendo ordem e a existência material do universo por meio do sonhar, como é visto em duas partes e no mesmo episódio, após o último capítulo e em outra passagem.

A primeira parte chamada de “A Dream of a Thousand Cats“, nos trás simpáticos felinos domésticos desbravando os limites de seus lares adotivos em busca da resposta de suas existências e a relação com os seres humanos. Já em “Calliope“, a mitológica busca formas para contestar a lei que a faz prisioneira de dois escritores, um após o outro, e se libertar, voltando à verdadeira forma de inspirar a arte e a ciência.

As duas histórias quando corroboradas aos demais capítulos se encerram no Reino dos sonhos, oferecendo a gatos, musas, humanos e demais seres a oportunidade de ter um sono tranquilo, quase um vislumbre de um dia retornarem à suas condições favoráveis de vida, diferente da realidade oferecida no Mundo Desperto, a partir do instante em que Sandman se liberta da prisão mágica de Roderick Burgess. É uma história para ver com atenção, mergulhar no desconhecido e seus simbolismos, e o que cada lacuna tem a oferecer. A experiência será única e bem individual.

The Sandman nos leva às voltas de uma relação dos irmãos Sonho, Destino, Morte, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio, incluindo tantos outros à uma experiência de conhecer suas histórias, quase a ponto de interagirmos com elas na condição de leitores e espectadores. Sem dúvidas um dos grandes achados do ano.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*