Análise – Reus 2: Moldando mundos e destinos

Reprodução.

Reus 2 foi uma experiência e tanto pra mim. Trata-se de um jogo bem diferente ao meu estilo, e talvez seja exatamente isso que o torne tão interessante. Afinal, em que outro título você assume o papel de um deus, controlando gigantes colossais capazes de moldar planetas inteiros, criar ecossistemas vivos e guiar a humanidade desde seus primeiros passos até civilizações avançadas?

Importante mencionar que joguei Reus 2 no Nintendo Switch 2 e fiquei impressionado com o quanto o jogo consegue ser envolvente, complexo e, principalmente, relaxante. É aquele tipo de experiência que mistura estratégia, paciência e criatividade, tudo embalado em uma proposta única no gênero God Game.

TORNE-SE UM DEUS NOVAMENTE

Em Reus 2 o jogador retorna ao papel de Deus, controlando seis gigantes poderosos, cada um com habilidades únicas relacionadas a plantas, minerais e animais. São essas criaturas que permitem terraformar mundos, criando biomas variados para que os humanos possam fundar suas aldeias e prosperar.

Conforme o planeta ganha vida, o jogo evolui de uma simples simulação para uma complexa rede de decisões e consequências. Você define o ritmo da humanidade e pode tanto guiá-los à harmonia quanto testemunhar o caos de guerras, desastres e até revoltas contra seus próprios deuses.

Com a atualização Cataclismo, a dinâmica ficou ainda mais interessante, agora os líderes humanos possuem personalidades próprias, podendo se aliar ou entrar em conflito entre si. A humanidade pode inclusive se voltar contra seus criadores, enviando Caçadores de Gigantes para destruí-los, e cabe a você decidir se os punirá com desastres naturais ou se tentará restaurar o equilíbrio.

MOLDANDO ECOSISTEMAS E CIVILIZAÇÕES

O grande encanto de Reus 2 está em sua camada ecológica e estratégica. Cada bioma pode ser povoado com diferentes combinações de flora, fauna e minerais, e cada escolha influencia diretamente o desenvolvimento das aldeias. À medida que você aprende a criar sinergias entre os elementos, as possibilidades se multiplicam.

Abbey Games / Reprodução

Por exemplo, posicionar certos animais próximos de plantas específicas pode gerar bônus de prosperidade, enquanto uma combinação mal pensada pode desequilibrar todo o ecossistema. É quase como montar um grande quebra-cabeça vivo, em que cada peça interage com as outras de forma imprevisível. A recompensa maior é a experimentação.

Criar um deserto fértil, um oceano cheio de vida ou uma floresta próspera se torna um exercício de observação e paciência. É aqui que o jogo mostra sua alma, ele não é sobre vencer, mas sobre criar.

HUMANIDADE EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO

A evolução humana é o coração narrativo do jogo. Cada civilização tem metas e ideologias próprias, alguns povos buscam o avanço científico, outros preferem o isolamento espiritual ou o domínio militar. Suas ações como deus moldam essas ambições, e cada nova era traz desafios únicos.

Abbey Games / Reprodução

O sistema de Eras funciona quase como capítulos de uma história, marcando a transição entre momentos de crescimento e crise. A cada novo ciclo, você escolhe novos objetivos e desbloqueia habilidades para seus gigantes, o que mantém o ritmo interessante e progressivo. Mesmo sem uma narrativa linear, o jogo cria uma sensação de continuidade, como se cada planeta contasse sua própria história.

VISUAL, RITMO E SENSAÇÕES

Visualmente, Reus 2 aposta em um estilo artístico minimalista, mas cheio de charme. O design dos gigantes é carismático, e a forma como o planeta se transforma diante dos seus olhos é satisfatória.

O ritmo é mais contemplativo do que acelerado. Não é um jogo para quem busca ação, mas sim para quem gosta de planejar, observar e experimentar. Há momentos em que a repetição aparece, especialmente nas primeiras fases, quando as combinações de biomas ainda são limitadas, mas o jogo logo recompensa a persistência com novas possibilidades.

CONCLUSÃO

Reus 2 é uma celebração da criação e da experimentação. Ele pega a essência do gênero God Game e a transforma em algo mais acessível e poético, sem abrir mão da profundidade estratégica.

No Nintendo Switch 2 ele se mostra uma excelente opção para quem quer relaxar moldando mundos, testando ecossistemas e observando a humanidade florescer ou ruir sob suas decisões.

Talvez o ritmo mais lento e a repetição inicial afastem alguns jogadores, mas para quem se permitir mergulhar na experiência, Reus 2 é um jogo verdadeiramente divino.

Nota: 8/10

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*