Análise: Quarteto Fantástico Primeiros Passos – Um possível reinício da Marvel

Desde que surgiu o Universo Cinematográfico da Marvel, iniciado por Homem de Ferro em 2008, cada novo filme era um evento, um capítulo novo da franquia e as expectativas pelo futuro. Muito se especulava sobre o que aconteceria lá na frente, “no final”, por assim dizer. Após Vingadores: Ultimato, o que se colocou no ar foi a dúvida de direcionamento, onde poderíamos ir, e infelizmente a UCM caiu na armadilha de quando uma obra se torna tão grande que não consegue se superar. Foi assim com vários exemplos, como Cavaleiros do Zodíaco – que após a saga das 12 casas, praticamente não conseguiu criar outra que sobressaísse. Essa comparação foi para exemplificar que as fases 4 e 5 da Marvel foram simplesmente uma bagunça e caminhando do nada para lugar nenhum.
Com isso em mente, a Disney ligou um sinal de alerta e, agora com os direitos do Quarteto Fantástico em mãos, tomaram uma decisão: trazê-los à tona, em um mundo ambientado nos anos 60, uma época em que as primeiras revistas dos heróis foram criadas, em um estilo retrofuturista com elementos de atompunk e em soft-reboot. Assim surge Quarteto Fantástico: Primeiros Passos.

A produção adapta a chegada de Galactus a Terra com o objetivo de sugar a energia planetária a ponto de destruir o mundo e assim saciar sua fome. Ao contrário de seu antecessor, Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, de 2007, aqui temos um real vilão Galactus, como os fãs sempre quiseram e com sua característica aparência colossal e assustadora. A medida que o filme avança, o antagonista muda seu objetivo com interesses em relação a um dos personagens dos quatro e, consequentemente, faz com que a Surfista Prateada (Julia Garner) roube a cena com uma perseguição que nos prende até a conclusão.
Falando sobre A Surfista, desta vez a personagem Shalla-Bal assume o fardo de ser o arauto do Galactus. A princípio pode-se causar estranhamento, mas sendo algo que rapidamente some do radar por uma atuação surpreendente. Disposta a tudo para servir seu mestre, embora algumas coisas sejam colocadas na mesa mais pra frente.

Sobre os novos integrantes do Quarteto Fantástico. Pedro Pascal cumpre com seu papel como Senhor Fantástico, Ebon Moss-Bachrach faz O Coisa mais brincalhão, mas o princiapl destaque mesmo fica com Vanessa Kirby, que faz uma Susan Storm mais emotiva e com empatia em uma relação fraternal. Joseph Quinn como Tocha Humana até tem um estilo mais brincalhão no começo, mas aos poucos demonstra ser um dos mais inteligentes do grupo, o que pode surpreender. Ah, não esqueçamos do robozinho H.E.R.B.I.E., personagem que foi criado no desenho dos anos 70, presente como alívio cômico, mas que não chega a comprometer a experiência.

Como já mencionado, o filme tem uma estética atompunk que é um estilo futurista como se a tecnologia atual existisse na década de 60, movido a átomos. Entretanto, a ficção científica com batalha espacial está presente e referências à astronomia com buracos negros e até mesmo menções ao Vazio de Boötes. Ainda falando de referências, várias homenagens, como por exemplo, ao clássico desenho da Hanna-Barbera e à animação dos anos 90. Quando bati o olho em uma cena específica, disse “putz é da abertura do desenho da Fox Kids“.
Quarteto Fantástico Primeiros Passos pode ser um reinício da franquia e abrir espaço para novos heróis neste universo. O sentimento que fica é que as coisas agora caminham melhor, com menos bagunça.
Ah, existem duas cenas pós-créditos e uma delas traz eventos importantes que podem se relacionar com Vingadores: Doomsday.
Nota: 9/10
*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*
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