Análise – Onimusha 2: Samurai’s Destiny Remaster – O retorno de um clássico feudal

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Mesmo sem o peso de nomes como Resident Evil ou Street Fighter, a série Onimusha sempre foi uma das mais criativas da Capcom. E se tem um título que merece destaque nesse legado é Onimusha 2: Samurai’s Destiny. Lançado originalmente no PS2, o título foi um salto ousado em relação ao primeiro capítulo e hoje, com sua versão remasterizada, prova o quanto estava à frente do seu tempo.

Capcom / Divulgação

A história começa logo após os eventos de Onimusha: Warlords, mas pode ser jogada de forma independente. Você assume o papel de Jubei Yagyu, um samurai em busca de vingança contra Nobunaga Oda, que lidera um exército demoníaco responsável por dizimar sua vila. O pano de fundo é o Japão feudal, recheado de criaturas sobrenaturais e momentos cinematográficos.

Embora o primeiro jogo fosse uma espécie de “Resident Evil com espadas”, Onimusha 2 rompe com essa fórmula. Aqui, a ação ganha mais espaço, mas sem deixar de lado a exploração e os puzzles. Os cenários são pré-renderizados com ângulos de câmera fixos (clássicos da Capcom naquela geração) mas o ritmo é mais dinâmico e variado.

O combate continua sendo um dos grandes destaques. Jubei pode usar quatro armas mágicas diferentes, cada uma com ataques e habilidades próprias. Além disso, o sistema Issen recompensa reflexos precisos: acerte o ataque no exato momento que o inimigo for golpear, e você elimina o oponente com um único golpe — e ainda coleta mais orbes. É viciante.

O que realmente diferencia Onimusha 2 é sua estrutura de narrativa ramificada. Ao longo do jogo, você encontra quatro personagens secundários que podem se tornar jogáveis em partes da campanha — mas isso depende da sua afinidade com eles. Como? Presentes. Sim, você dá itens para os personagens e, dependendo do que oferecer, eles reagem de formas diferentes e o jogo muda.

Isso cria possibilidades únicas: em uma partida, você pode jogar com o rebelde Magoichi; em outra, resolver puzzles com o ninja Kotaro. Existem trechos inteiros que só aparecem se você construir o relacionamento certo — e o jogo não explica nada disso. A ideia é experimentar, testar, errar e descobrir por conta própria.

A nova versão remasterizada entrega visuais mais limpos, mantendo os belíssimos fundos pré-renderizados com ainda mais nitidez. Todos os minigames estão liberados desde o início, e há extras como galeria de arte e trilha sonora. A dublagem, mesmo datada, ainda dá um charme retrô que muitos jogadores curtem.

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Mais do que gráficos, o remaster respeita o DNA do jogo. Nada foi simplificado, nada foi “modernizado demais”. E isso é ótimo. Em tempos onde tudo é explicado até demais, Onimusha 2 aposta no mistério e na liberdade do jogador. Resultado? Uma experiência envolvente e única a cada nova jogatina.

Onimusha 2: Samurai’s Destiny é, sem exagero, uma das obras mais subestimadas da Capcom. Com combate afiado, narrativa flexível, personagens marcantes e uma estrutura que valoriza a experimentação, o jogo ainda é relevante — e inspirador — décadas depois. Agora que a série está sendo retomada com Onimusha: Way of the Sword, fica a esperança de que a Capcom resgate esse espírito ousado que fez o segundo jogo tão memorável.

Se você curte ação, história não linear e um bom desafio, Onimusha 2 merece seu tempo. E com a nova versão remasterizada, não tem desculpa para não redescobrir essa pérola.

Nota: 9/10

Onimusha 2: Samurai’s Destiny esta disponível PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.

*Análise feita a partir de uma cópia do jogo enviada pela Capcom.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*