Análise: O Show dos Looney Tunes – A melhor versão da franquia Looney Tunes

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Nos últimos anos, a Warner Bros. Discovery tem conduzido de forma bastante questionável uma de suas IPS mais famosas entre o público, os Looney Tunes. Do cancelamento do filme Coyote vs. Acme, a remoção dos curtas clássicos do streaming Max e a lamentável notícia da demolição do prédio histórico da franquia. Antes de toda essa confusão, a franquia contou com diversas reencarnações em que quase todas mantém a essência de comédia da série, porém um vale se destacar que é O Show dos Looney Tunes (The Looney Tunes Show), de 2011.

A versão em sitcom ao estilo Friends dos clássicos personagens cômicos da Warner, sofreu originalmente certa resistência pelos fãs da velha guarda, mas que em tempos recentes passou a receber um merecido carinho dos fãs e que felizmente envelheceu bem nos dias de hoje. Essa versão foi injustamente odiada por alterações como os redesigns dos personagens feitos por Jessica Borutski (The Loud House, Bunnicula – O Vampiro Coelho) e a personalidade da Lola Bunny, namorada do Pernalonga, que era atraente em sua primeira aparição no filme Space Jam – O Jogo do Século de 1996, agora como uma personagem maluca. Pra mim, uma mudança que não foi ruim, pois agora se mostra uma personagem com muito mais personalidade, sendo divertida e com vários momentos hilários.

Warner Bros. / Divulgação

A química entre Pernalonga e Patolino chega a ser bem engraçada e boa, inclusive o Patolino rendeu vários dos melhores momentos da animação como a calça de shopping e a icônica canção Patolino, o Mago, relembrada até hoje pelo público brasileiro. Na verdade, inúmeras canções da Merrie Melodies são maravilhosas, como Estamos Apaixonados cantada por Lola e Pernalonga e Queijo Quente, cantada por Hortelino.

A animação também se sobressai ao trazer um pouco do passado de personagens como Frajola, Vovó e introduzir outros novos de maneira magistral, como Tina Russo, namorada do Patolino. Acredito que O Show dos Looney Tunes tenha sofrido críticas na época de lançamento muito pelo período em que chegou, uma época em que tais “novidades em formatos” não eram tão bem vistas, vendo totalmente o oposto se acontecesse agora.

Além da qualidade da animação sua dublagem também é um show à parte, como na original onde temos Jeff Bergman, a saudosa June Foray, Bob Bergen, Eric Bauza, Maurice LaMarche e a atriz Kirsten Wiig, e na versão brasileira com talentos do Rio de Janeiro como Alexandre Moreno, Márcio Simões, Manolo Rey, Adriana Torres, Guilherme Briggs, entre outros.

Originalmente a série seria chamada de Looney Tunes: Laff Riot, seguindo o mesmo estilo dos curtas originais, inclusive com um piloto feito em 2009, porém reformulado após os executivos da Warner não ficarem impressionados com o resultado final. Infelizmente a produção foi cancelada com apenas duas temporadas de 52 episódios em 2013, dando lugar a uma nova encarnação da franquia com New Looney Tunes/Wabbit.

Os motivos do cancelamento podem ser apontados como a baixa venda de produtos licenciados e a repercussão no próprio Cartoon Network – uma vez que na época, serviços de streaming não eram populares. O que é uma pena.

Pra mim, trata-se da melhor e mais divertida série animada dos Looney Tunes, que felizmente envelheceu muito bem e, quem sabe, numa possibilidade quase remota, seja contemplada com novos episódios. Sonhar é de graça.

O Show dos Looney Tunes está disponível no Brasil pela Max e Netflix.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*