Análise: Mansão Mal-Assombrada e os amigos que nos ajudam em momentos difíceis

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A Disney está com mais um filme nos cinemas e, desta vez, é uma nova versão de Mansão Mal-Assombrada, baseado em um dos brinquedos clássicos do parque da Disneylândia. Anos atrás tivemos uma adaptação cinematográfica estrelada por Eddie Murphy, lançada em 2003. Este reboot em nada lembra o antigo.

A produção estreou na quinta-feira (27) e apresenta novos personagem e uma nova trama, além de uma importante mensagem sobre o luto e como cada um vivencia este momento doloroso. É uma pena que ele tenha estreado no mesmo período em que Barbie e Oppenheimer e, devido a concorrência, não está se saindo muito bem nas bilheterias.

O longa é divertido e feito para toda a família, assim como toda e qualquer produção Disney. A história segue Ben (Lakeith Stanfield), um astrofísico que vive em Nova Orleans e age como um guia turístico… pois é, a vida dele passou por uma grande reviravolta para terminar deste jeito. Ele é totalmente descrente e afirma que fantasmas não existem, além de evitar contato com as pessoas.

Disney / Divulgação

Quando uma mulher chamada Gabbie (Rosario Dawson) se muda para uma antiga mansão com seu filho de 9 anos, a família logo percebe que o local não é muito convidativo e que existem outros moradores um tanto peculiares vivendo por ali. Ambos – mãe e filho – fogem da residência, mas acabam retornando. Para se livrarem do que habita na mansão, Gabbie convoca a ajuda de um padre chamado Kent (Owen Wilson).

O padre escuta sobre o passado de Ben e sobre uma invenção sua e o chama para auxiliar Gabbie e é a partir disso que a aventura tem inicio. A casa possui uma maldição e caberá a estas pessoas resolverem esta situação se quiserem voltar a viverem suas vidas normalmente. Além destes quatro, ainda temos uma vidente chamada Harriet (Tiffany Haddish) e um professor universitário – que consegue ser o mais corajoso do grupo – interpretado pelo icônico Danny DeVito.

Este grupo de diferentes pessoas que, sob circunstâncias normais, nunca iriam conviver juntas precisam unir forças e isso traz uma ótima dinâmica na produção e cria situações inusitadas e engraçadas. É interessante notar também que o foco é sempre neles, não vemos tantos fantasmas quanto o filme sugere, sendo a presença deles mais proeminente no último ato.

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Como dito acima, o luto é um tema recorrente aqui e está representado no protagonista Ben. Uma tragédia ocorrida em seu passado é um fio condutor que vemos durante toda a história, sua forma de lidar e como ele a encara até o final, porém, ele não é o único. Outros personagens também possuem uma perda em suas vidas que os fazem se conectar como estranhos amigos.

O principal vilão é vivido por Jared Leto e a sua motivação é comprável. Um daqueles vilões com passado triste e que acabam se tornando psicopatas sem alma, será que você passará pano? Lhes sendo sinceros, eu não passei. O que este ser fez em vida e continua fazendo em sua morte, é bastante mórbido. Jared não aparece, ele apenas realiza a voz de um personagem em CGI, muito bem feito diga-se de passagem. Os efeitos especiais do longa foram produzidos de forma sublime, algo até incomum para produções recentes.

Além dele, outra personagem que vemos em CGI é a Madame Leota (Jamie Lee Curtis) que é uma das peças principais para montar este quebra-cabeça. No entanto, em alguns momentos teremos o prazer de ver a atriz em carne e osso e entregando atuação. Coisa que todo o elenco faz muito bem, mesmo com um roteiro simples, todos ganham destaque e possuem algum momento para brilhar. Mas devo ressaltar que o único desenvolvimento “bem trabalhado” é o do protagonista: Ben.

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Com um roteiro facilmente mastigável, bem sessão da tarde, mas divertido e com sentimento; Mansão Mal-Assombrada pode ser uma boa pedida para se assistir num final de semana com seus filhos. Caso longas cor-de-rosa ou com tom sépia não sejam do seu agrado, esta comédia fantasmagórica poderá lhe fazer ter bons momento no cinema. É necessário comentar que, pelo menos na sessão em que eu estive presente, a sala estava cheia e as pessoas pareceram curtir bastante a produção, torcendo pelos personagens e rindo em diversos momentos.

Talvez a Disney ganharia mais se tivesse adiado o filme para o mês de outubro – durante o Halloween – e investido mais em sua divulgação. É como se o estúdio soubesse que seu reboot não faria frente à boneca e ao inventor da bomba atômica, mas poderia faturar um bom dinheiro. Bem, até agora o plano não parece muito bem executado, mas ele está em sua primeira semana e ainda tem bastante chão para percorrer.

Mansão Mal-Assombrada está em cartaz nos cinemas brasileiros com cópias dubladas e legendadas.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*