O que você faria se você e todas as pessoas que gostam do universo Nerd e Otaku fossem perseguidas, tivessem seus bens preciosos queimados e fossem afastadas do convívio social para serem tratados como atrações de um circo bizarro ou zoológico? Uma realidade incomum mas totalmente tangível no universo de Magical Destroyers (Mahou Shoujo Magical Destroyers), anime original do estúdio Bibury Animation e criado pela mente insana de Jun Inagawa.
Aliás, “insana” pode ser uma ótima definição pra viajem que é acompanhar Magical Destroyers. Os aspectos mais “picantes” da vida Nerd/Otaku sendo parodiados, as perspectivas sobre a vida adulta e lutas sobre ideologias e estilos de vida, dão a impressão de que estamos sendo mergulhados em um espécie de Scott Pilgrim +18. E o melhor disso: com um visual tão caótico quanto bem executado.
O trabalho de Hiroshi Ikehata, como diretor, é eficiente, conseguindo entregar com facilidade para quem assiste, tanto a comédia quanto o drama e a ação que cada momento do anime pede. A direção que não mede esforços em apresentar batalhas frenéticas, consegue também ser muito sútil nos momentos mais emocionantes aonde abusa (tanto quanto em outros momentos mais fervorosos) da trilha sonora para alcançar seu objetivo de se conectar com o espectador.
E por falar em trilha sonora, os números de abertura e encerramento de Magical Destroyers são um espetáculo a parte. Seja por sua animação ou pela canção escolhida. A verdade é que, em ambos os casos, o trabalho de animação de Kenichi Kutsuna (abertura) e Taiki Konnoas (encerramento) mais as canções de Aimi (“Magical Destroyers”) e The 13th tailor (“Gospelion in a classic love”) são caoticamente lindas e perturbadoras quando combinadas.
Magical Destroyers é muito preciso em não tardar em estabelecer tanto sua comédia quanto seu tom mais nonsense logo em seu episódio. E por mais que possa parecer que seja apenas o anime valendo-se de sua comédia e licença poética para apresentar acontecimentos sem sentido e deixar vários pontos de interrogação pelo ar… surpresa! Tudo é explicado e com um baita plot twist.
O título é um prato cheio em referenciar outras obras nerds com easter eggs deixados ao longo de seus episódios, apresenta batalhas emocionantes e uma tiração de sarro dos aspectos mais clássicos do jovem Nerd/Otaku, seja pela timidez, o trato com as garotas, seus gostos para anime ou a própria vida sexual. O anime não só entrega personagens cheios de personalidade em um história curiosa, mas também carrega em sua própria produção, uma série de escolhas que constroem uma identidade capaz de harmonizar tranquilamente quando vemos o resultado final em tela. É de se esperar que em uma possível continuação, o anime tenha uma expectativa alta em se superar ou manter sua qualidade, diante do que vemos aqui. Esse certamente será uma das missões mais desafiadoras do grupo revolucionário dos protagonistas Otaku Hero e Anarchy.
A primeira temporada de Magical Destroyers está disponível no Brasil pela plataforma de streaming Crunchyroll, com legendas em português.
*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*
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