Análise: Little Goody Two Shoes – sonhos, pesadelos, contos de fadas e terror
A Square Enix e a AstralShift lançaram em pleno último Halloween, o jogo de RPG de aventura Little Goody Two Shoes e como você viu aqui, a vida de Elise é bastante dramática desde o dia em que ela foi encontrada em uma cesta de frutas por sua mãe adotiva e de idade avançada, a qual ela perde posteriormente mas ainda assim tem a companhia de tantos personagens cativantes apresentados com um traço caprichado de mangás e animes clássicos. Passam-se os dias atarefados e noites assustadoras e ela, calçada com seu par de sapatos vermelhos encontrados no jardim de casa, integra um conjunto de elementos literários, contos de fadas, carrega o sonho de uma vida melhor. Mas para isso será preciso trabalhar por comida e enfrentar os perigos que rondam o humilde vilarejo de Kiefelberg onde mora, principalmente durante a noite, com a visão turva pela névoa ou mesmo sob rajadas de vento.
Entre uma animação e outra, páginas rasgadas e quadros de diálogo narram a história gradativamente imersiva, enquanto nossa protagonista, já sob o comando do jogador, perambula pelas estradas de terra, cruza um riacho, coleta itens, conversa com passantes para aprender a jogabilidade do título, folheia um simples inventário e se norteia por um mapa infográfico com notas de afazeres. Até se deparar com as primeiras situações noturnas intrigantes, quase como um resgate daqueles tempos em que os contos de fadas eram mais assustadores, desprendendo realidade de fantasia em meio à uma casa bagunçada por um ser com hábitos robustos, chamada Rozemarine e por ter a fofa companhia da Flocke: a cabra. Outras personagens e situações vivenciadas acordada ou em sonho, vão se apresentando ao longo da média de 12 horas de jogo, como é o caso da doce devota Lebkuchen e da querida e perene Freya, a ponto de despertar um sentimento interesseiro adornado com joias em forma de coração, obtendo nada além de itens acompanhados de diálogos carinhosos e estimulantes.
Em meio à sucessivos eventos e o passar das horas embaladas por trilhas sonoras que transmitem tranquilidade ou tensão de acordo com o momento, marcados pelas cores vivas do dia, tarde e noite com caminhos desimpedidos à Elise, é possível realizar atividades remuneradas que vão desde partir madeiras a golpes de machado à brincadeiras de rebater um rato de boneco em forma de mini-game, em uma tela em pixel art que apresenta um fliperama personalizado com botões de pedras coloridas, obtendo pontuação A, B, C ou D, passando ou perdendo a partida de acordo com seu desempenho. Ainda sobre o resultado indicando derrota, se estende para o jogo principal, quando se extingue seus recursos indicando que a personagem está viva, uma tela de game over surge. Mas nada que impeça de continuar a jogar do último save point dramaticamente identificado por uma fita colorida amarrada em algum suporte, um spot de luz em um determinado ponto da tela em que estiver passando e um pássaro que pousa nessa mesma região, que é representado em peças de madeira na tela aonde surge posteriormente com os quadros de registro de save game e uma manivela para vê-las por completo, caprichosamente desenhadas.
A dificuldade é algo evidente na história do jogo, bem como nas tentativas de superação dos desafios. Mas a insistência é uma virtude, reserva momentos diversos nos mesmos cenários e por fim, um total de 10 finais diferentes, sendo o motivo para concluir tudo que tem para fazer e permitir que a mocinha dos sapatinhos vermelhos tenha suas preces atendidas pelo amor de Deus — pois ninguém merece sofrer tanto, ganhar pouco, fazer longas caminhadas, ter alterações de humor e emoções das mais variadas em curtos espaços de tempo. A julgar pela dedicação da Elise, pensando que a arte imita a vida, cada instante jogado nos faz crer que a personagem vai se tornar uma adulta completa e uma inspiração que levamos conosco para a vida.
Little Goody Two Shoes está disponível para PlayStation 5; Xbox Series X|S; Nintendo Switch e PC.
*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV.
Review elaborada a partir de um gameplay realizado em um Notebook e com código fornecido pela Square Enix.*
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