Análise: Jurassic World vs Jurassic 3D

Divulgação. © Universal Pictures

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O texto a seguir não contém spoilers

Sendo uma franquia antiga e de muito sucesso, o novo Jurassic Park atraiu os olhares da maioria das pessoas que povoaram as salas dos cinemas nas últimas semanas. Não obstante, o quarto filme a reviver os dinossauros de John Hammond cumpriu com seu papel: entreteve e emocionou.

No quesito entretenimento, Jurassic World desponta como um dos melhores do ano, afinal, para as crianças, é um sonho ver criaturas desaparecidas a 65 milhões de anos ganharem vida em alta definição. Para os adultos que viram o primeiro filme ainda crianças, a volta do T.Rex e companhia traz um vento nostálgico e a sensação de, mesmo depois de 20 anos e dois filmes quase esquecíveis, a franquia ainda está viva e pode render suspiros aliviados após momentos de muita tensão.

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Mas se ainda não ficou claro a resposta da pergunta “E meu dinheiro? Vale a pena gastar com o ingresso?”, então a resposta é clara: corra para o cinema mais próximo. Não espere o melhor filme da década, ou até mesmo do ano, mas sim um muito superior aos dois anteriores que, na medida certa, faz homenagem ao primeiro dirigido por Steven Spielberg.

Em um olhar mais intrusivo, Jurassic World até parece um remake do filme original de 1993, ou, ao menos, uma versão diferente do primeiro. Não que isso o diminua, pelo contrário: se esse roteiro fosse feito como o primeiro filme, não duvido que o sucesso fosse o mesmo.

Divulgação. © Universal Pictures

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A trilha sonora também trabalha na ideia de trazer nostalgia aos que foram ao cinema 22 anos atrás. A diferença é o adicional de tensão e expectativa, algo mais típico dos filmes atuais.

Os efeitos especiais são dignos de um grande blockbuster, sendo quase completamente em CGI, mas não causando grandes desconfortos visuais ao longo de seus 124 minutos de duração. Apesar do ponto positivo, é aqui que vemos a grande negatividade do longa.

O 3D de Jurassic World é tão desnecessário quanto o segundo filme da franquia. Pra começo de conversa, quase não existe realismo ali (o que é a proposta do 3D) e os óculos servem, apenas, para tornar o filme em HD, mas mesmo assim, as cenas estão lotadas de objetos e pessoas desfocadas, de maneira que apenas quem tem a fala ou a ação durante a cena tem a imagem em boa qualidade. O que é uma pena, pois ver dinossauros em um bom 3D poderia ser um feito tão grande quanto foi o lançamento de Avatar em 2009. As mudanças de enfoque e desfoque são tão descaradas que fica nítido a todo o momento.

Então, corrigindo a resposta da pergunta: sim, vale a pena assistir Jurassic World, mas, infelizmente, não em 3D.

Por fim o veredito: apesar do 3D jurássico, o mundo dos dinossauros continua sendo um bom e divertido atrativo para crianças e adultos, mesmo que de vez em quando um deles escape e acabe comendo algumas pessoas…