Um dos melhores filme do ano com folga, e tomando a liberdade em dizer ainda que se trata de um dos melhores de todos os tempos, Jogador N° 1, daquele que dispensa comentários, o mestre Steven Spielberg, é um filme obrigatório para todos os apaixonados por cultura pop. Uma explosão de referências que atravessa décadas. Este texto não contem spoilers.
Baseado no romance homônimo de Ernest Cline, o filme se passa em 2045, quando o Oasis, um mundo virtual criado por James Halliday (Mark Rylance) e Ogden Morrow (Simon Pegg) é a alternativa da humanidade diante de uma Terra devastada. A trama nos revela que quando o criador do Oasis morreu, ele deixou uma missão que desafia aos jogadores encontrar um Easter Egg dentro desse universo, que lhe concederá o controle do Oasis e toda a sua fortuna. Na caçada pelo artefato, conhecemos Parzival (Wade), um jovem que passa boa parte da vida analisando as dicas de Halliday e seus companheiros, Samantha/Art3mis (Olivia Cooke), Helen/Aech (Lena Waithe), Sho/Akihide (Philip Zhao) e Daito/Toshiro (Win Morisaki), que serão apresnetados mais adiante e que devem enfrentar o vilão Sorrento (Ben Mendelsohn), que planeja tomar controle do Oasis.
Em um ritmo frenético que envolve o espectador do início ao fim, a excelente sincronia entre música e cenas de ação deslumbrantes tornam Jogador N° 1 um filme único, e que talvez sejam elementos fundamentais para que o torne um novo clássico do cinema.
A construção narrativa se mostra como uma das melhores de qualquer filme lançado (até agora) vindo de videogames, com um visual de encher os olhos. E se o Easter Egg se mostra como única motivação para acompanharmos Wade em sua jornada, leigo engano; trata-se de muito mais, conforme as situações acontecem, novas subtramas são exploradas, todos com seus medos e motivações, que entretém e nos passa a sensação de estarmos “controlando a história”, como se estivéssemos de fato em um videogame, mas que em momento algum nos fazem esquecer do objetivo central, e que se fortalecerão ainda mais lá na frente. O roteiro escrito por Zak Penn (Os Vingadores), ao lado de Ernest Cline (autor do livro) está muito bem amarrado, e nos faz querer que tudo isso dure ainda mais, nada acontece por acaso, nenhum momento é descartável, arrastado, incômodo. É tudo muito bem feito.
Em meio à tantos personagens e referências que enchem os olhos, nenhum nome no elenco é desperdiçado. Todos estão desencadeando muito bem seus papeis e todos eles possuem importância na trama. Do mundo real ao mundo virtual; até mesmo aquele que parecia ser apenas “cota” para o mercado asiático teve importância e execução estupenda.
No que se diz respeito as referências, elas são infinitas (praticamente). Não me lembro de todas que captei e certamente terei que assistir mais uma vez para pegá-las, e o que chamou a atenção é que elas não foram inseridas de qualquer forma no contexto. As presenças de personagens como Batman, Arlequina ou até mesmo menção a Peter Parker e reproduções de filmes não foram gratuitas, elas estão ali como um tipo de ”escada” para que as coisas fluam ainda melhor, e que também servem como auxílio para evolução do vilão, que está bem caricato ao estilo dos anos 80, alguém desprezível, algo gostoso de se ver. E se você está curioso pelo Gigante de Ferro, vou limitar a não dizer nada. É emocionante. Mesmo.
Todo o visual do longa é belíssimo, com detalhes riquíssimos em todos os lados. A reprodução do Oasis é impressionante e interessante, e a montagem de cada uma delas um ápice ainda maior; e claro, os efeitos visuais estão de cair o queixo, com quase absoluta certeza que lhe renderá um Oscar, e se você acredita que o 3D serve apenas para tornar o ingresso ainda mais caro, Jogador N° 1 chegou para te tirar desta bolha. Experimente ver a fenomenal cena da corrida em Nova York logo na abertura em 2D e me diga se a experiência de fato não foi menor. O efeito não é o mesmo.
Jogador N° 1 é um majestoso presente para todos os fãs de cultura pop. Um dos melhores (ou o melhor?), trabalho de Steven Spielberg.
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