Análise: Indiana Jones and the Great Circle: o retorno triunfal do arqueólogo

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Quando Indiana Jones and The Great Circle foi oficialmente divulgado, muitos fãs ficaram com uma série de dúvidas sobre como o jogo se desenvolveria, especialmente no que diz respeito à história, aos personagens e, principalmente, ao gameplay. A principal surpresa foi a escolha do formato em primeira pessoa, algo que causou certa estranheza.

Com a enorme popularidade da franquia no cinema, especialmente com Harrison Ford no papel de Indiana Jones, a Bethesda e a MachineGames, em parceria com a Lucasfilm Games, enfrentaram um grande desafio ao tentar agradar uma base de fãs imensa, já com expectativas altíssimas.

HISTÓRIA

Antes de analisar a trama, é importante contextualizar onde Indiana Jones and The Great Circle se encaixa dentro da linha do tempo da franquia. A narrativa se passa em 1937, logo após os eventos de Caçadores da Arca Perdida e antes de A Última Cruzada, com Indiana Jones, interpretado por Troy Baker (falaremos mais sobre isso em breve), que investiga o roubo de um artefato valioso da Faculdade Marshall, onde ele leciona. O roubo é cometido por Locus, um gigante interpretado por Tony Todd. A investigação o leva a uma jornada pelo Vaticano, onde descobre que locais espirituais ao redor do mundo formam um círculo perfeito. A história leva Indy a explorar diversas regiões do mundo, como o Egito, China, Tailândia e outros lugares, enquanto ele desbrava mistérios e enfrenta perigos.

Machine Games / Divulgação

O MUNDO DE INDIANA JONES

Um dos pontos altos do jogo é a exploração de seus mundos abertos, como o Vaticano, o Egito (Gizé) e Sucotai (Tailândia). Cada um desses mapas é vasto, detalhado e repleto de missões secundárias que enriquecem a experiência e se conectam bem à trama principal. Além disso, o jogo oferece uma infinidade de mistérios para desvendar, portas secretas para abrir e quebra-cabeças que trazem um toque de imersão à aventura.

A exploração é um dos maiores atrativos do jogo, dando ao jogador total liberdade para explorar cada canto desses locais. O design visual é deslumbrante, permitindo que você caminhe pelas vielas do Vaticano, atravesse o deserto de Gizé ou navegue pelos rios de Sucotai em um barco. Esses momentos de exploração são extremamente agradáveis, principalmente ao admirar os pontos turísticos históricos com a riqueza de detalhes que o jogo oferece. Os quebra-cabeças são bem projetados e não exigem habilidade excessiva, mas oferecem uma boa dose de desafio para os jogadores, então esteja preparado.

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GAMEPLAY E COMBATE

Ao contrário do que muitos especulavam antes do lançamento, a proposta de combate do jogo é muito interessante e oferece uma abordagem única. É possível usar objetos ao seu redor, como garrafas e vassouras, além do clássico chicote de Indy, o que dá um toque especial à jogabilidade. O aspecto stealth também se destaca, sem ser excessivamente irritante ou forçado, com o jogo mantendo um bom equilíbrio entre ação e furtividade.

O chicote também é usado em outras partes além do combate, como em escaladas e travessias, o que proporciona mais dinamismo. O combate corpo a corpo é muito divertido, sendo frequentemente preferido pelo jogador ao invés das armas de fogo, que também estão disponíveis (se eu usei 2 (duas) vezes, foi muito). Tudo se alterna naturalmente entre a primeira e a terceira pessoa, o que funciona muito bem durante as escaladas e outras interações com o ambiente, onde ter uma visão mais ampla do personagem e do cenário é essencial para a imersão.

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PERSONAGENS MEMORÁVEIS

O grande destaque entre os personagens é, sem dúvida, o próprio Indiana Jones, interpretado por Troy Baker. O ator, conhecido por seu trabalho em The Last of Us (Joel) e Uncharted 4 (Sam), traz uma performance incrível para o personagem, lembrando bastante Harrison Ford, especialmente em sua versão mais jovem. A performance de Baker é um dos grandes atrativos, transmitindo a essência do herói aventureiro com grande competência.

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O vilão da vez, Emmerich Voss, interpretado por Marios Gavrilis, é outro grande trunfo. Um arqueólogo nazista, ele rouba a cena toda vez que aparece, se tornando uma presença ameaçadora e carismática. A dublagem brasileira também merece destaque, com uma excelente qualidade e localização, que foi feita pensando nas características pessoais de cada personagem. Isso contribui significativamente para o fortalecimento da imersão nesta aventura.

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CONCLUSÃO

Indiana Jones and The Great Circle funciona perfeitamente em primeira pessoa, desafiando as expectativas iniciais e mostrando como essa perspectiva pode enriquecer a experiência de exploração e combate. Embora jogos como Uncharted e Tomb Raider já ofereçam mecânicas semelhantes de exploração, este título se diferencia por sua proposta de combinar um combate único e uma narrativa que se alinha bem com os elementos clássicos da franquia. A exploração dos ambientes, a resolução de quebra-cabeças e a qualidade dos personagens são, sem dúvida, aspectos que o elevam em um nível de qualidade.

No entanto, o jogo apresentou dois problemas técnicos. Ambos ocorreram durante cinemáticas, o que não atrapalhou a gameplay, porém prejudicou a compreensão de algumas partes do enredo, visto que o título em questão tem uma grande e envolvente história. Apesar disso, Indiana Jones and The Great Circle é uma excelente adição ao universo dos gêneros de aventura e exploração, proporcionando uma experiência única que agradará aos fãs da franquia.

Indiana Jones and the Great Circle está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC (via Steam).

Nota: 9/10.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*