Análise: Hyrule Warriors – Age of Imprisonment – Entre hordas e memórias antigas

Hyrule Warriors: Age of Imprisonment marca o terceiro título da série produzida pela Koei Tecmo em parceria com a Nintendo, mantendo a proposta clássica do gênero Musou: combates intensos, dezenas de inimigos na tela e batalhas grandiosas em larga escala. Ainda assim, o jogo tenta trazer algumas adaptações para alcançar um público mais amplo, especialmente aqueles que não estão acostumados ao estilo.

A história se passa na Hyrule apresentada em Breath of the Wild e Tears of the Kingdom, mais especificamente milhares de anos antes dos eventos deste último. Aqui acompanhamos, com mais profundidade, acontecimentos do passado de Zelda que antes eram mostrados apenas em breves flashbacks.

Mesmo sendo um Musou, Age of Imprisonment busca simplificar o gênero, oferecendo uma aventura estruturada em fases nas quais o jogador avança derrotando hordas de inimigos. Ele não exige grande estratégia, sobretudo nas horas iniciais, e tende a ser bem acessível para quem não é fã do estilo.

Conforme se progride, o jogo libera dezenas de missões paralelas que permitem aumentar o nível dos personagens, coletar equipamentos e desbloquear habilidades. Cumpri-las facilita bastante a campanha principal. Surpreendentemente, há muitas cutscenes — mais do que o habitual no gênero — o que faz com que você solte o controle com frequência para acompanhar a narrativa.

Além de agradar aos fãs mais dedicados da franquia, Age of Imprisonment tenta preencher lacunas deixadas em Tears of the Kingdom. A história, no entanto, pode se estender mais do que o necessário em alguns trechos.

UM MUSOU MAIS ACESSÍVEL

A proposta de tornar o gênero mais amigável é clara. Ainda assim, vale o aviso: se você não gosta da estrutura típica de áreas semi-lineares e combate contra hordas de inimigos pressionando combinações simples de botões.

Em contrapartida, o jogo tenta reduzir a sensação de repetição ao oferecer personagens com estilos e habilidades bem distintos, além de incorporar recursos inspirados em TOTK. Os dispositivos Zonai, por exemplo, estão presentes e podem ser usados durante os combates, consumindo bateria tal como no título mais recente da série principal.

A variedade também surge nos inimigos mais fortes, que apresentam afinidades elementais. Para vencê-los, é necessário usar dispositivos e habilidades adequados ou explorar momentos específicos para contra-atacar, como sincronizar um golpe aéreo quando o adversário realiza um ataque de salto — deixando-o atordoado.

Apesar da estrutura geral das missões ser semelhante, algumas fases especiais mudam completamente a dinâmica, transformando o jogo quase em um “shooter sobre trilhos”. Essas variações são bem-vindas e ajudam a renovar o ritmo da campanha.

ANÁLISE TÉCNICA

Um dos maiores problemas dos títulos anteriores sempre foi a performance. Aqui, o fato de Age of Imprisonment ser exclusivo do Nintendo Switch 2 fez uma diferença notável, rodando de forma estável, com cerca de 60 fps na maior parte do tempo. As quedas de desempenho são raras e quase imperceptíveis, mesmo em momentos com muitos elementos na tela.

Visualmente, o jogo cumpre seu papel. Não impressiona, mas também não decepciona. A impressão é de que a equipe priorizou manter o estilo gráfico do título anterior, elevando a resolução e focando na estabilidade da performance.

O ponto negativo fica para as cutscenes pré-renderizadas, limitadas a 30 fps e com resolução mais baixa, exibindo compressão visível. A transição para a gameplay deixa essas diferenças ainda mais evidentes. No modo portátil, porém, esse contraste diminui, provavelmente devido à tela menor — e mesmo assim o desempenho permanece excelente.

CONCLUSÃO

Hyrule Warriors: Age of Imprisonment cumpre bem o papel de expandir o universo de Tears of the Kingdom com um estilo de jogo mais acessível e direto. A campanha entrega um complemento narrativo interessante para os fãs de Zelda e finalmente corrige problemas de performance que marcaram lançamentos anteriores da série.

Nota: 8 / 10

*Para fins de análise, foi utilizada uma cópia do jogo cedida pela Nintendo Brasil.

Hyrule Warriors: Age of Imprisonment está disponível exclusivamente para Nintendo Switch 2.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*