Análise: Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Marvel Studios / Reprodução

A Fase 5 do universo expandido de filmes e séries da Marvel Studios teve inicio no último dia 16 de fevereiro com a estreia de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. Seu bem-sucedido projeto cinematográfico intitulado MCU já tem mais de 10 anos levando diversas pessoas para as salas de cinema ao redor do globo.

Algumas de suas produções foram aclamadas, outras rejeitadas e algumas dividiram o público. No caso do Homem-Formiga, o herói nunca foi levado a sério nas telas e muito menos fora delas. Seus filmes sempre fizeram um sucesso modesto, faturando o suficiente para serem pagos, mas nunca sendo verdadeiros blockusters, além de possuírem um tom mais leve, típico da Sessão da Tarde. Contudo, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania chegou para mudar um pouco sua visão sobre o herói, ou não.

Não se enganem, não estou dizendo que o longa é algo épico igual aos Vingadores. Ele não é, e nem precisa ser. Mas também passa um pouco longe de ser parecido com seus antecessores, para começar, os amigos de Scott Lang não serão vistos aqui. A mãe e o padrasto da Cassie também não. O foco é nesta disfuncional família de heróis tentando sobreviver no interessante Reino Quântico.

Marvel Studios / Divulgação

A produção nos apresenta Scott Lang que, após o ocorrido nos dois últimos filmes dos Vingadores, se tornou conhecido, algo incomum no mundo dos heróis, mas que não tem tanta importância neste universo da Marvel. Com a fama, Scott resolveu escrever um livro e costuma aparecer em convenções para divulgá-lo, se esquecendo de agir como um herói e salvar as pessoas. Em contrapartida, Hope assumiu o controle das Indústria Pym e vem ajudando o mundo com o seu conhecimento, Hank e Janet estão focados em retomar o tempo perdido e a jovem Cassie está querendo um pouco de ação.

Cassie é deslumbrada pelo pai, o admira por ser um herói e um membro dos Vingadores, ela deseja ser igual ao Scott, ajudar aqueles que necessitam e ser uma heroína. Contudo, estas atitudes acabam saindo do controle e a garota já chegou a ser presa algumas vezes, inclusive, é nesta situação que temos o encontro de pai e filha. Scott não concorda com as ações de sua filha e se vê surpreso de ser o único preocupado com este ocorrido, ainda mais quando descobre que Cassie, Hope e Hank vinham fazendo alguns experimentos juntos.

Um destes experimentos envolve um aparelho que pode enviar sinais para o Reino Quântico, coisa que enfurece Janet, causa uma confusão familiar e, após ela desligar a máquina de forma abrupta, abre um portal que os leva diretamente para este misterioso mundo. A partir daqui, vemos um filme do Homem-Formiga muito diferente do que estamos acostumados. E isso é muito bom.

Marvel Studios/Divulgação

Cheguei a ler algumas críticas que diziam que a Marvel tinha encontrado Star Wars neste projeto e, eles tem razão. Os povos que ali habitam, a forma de se comunicarem, as misturas de diferentes espécies… Naves muito diferentes do que estamos acostumados a ver, a Marvel criou um novo universo, com coisas inimagináveis e que faz os seus olhos brilharem com cada cena. George Lucas deve ter ficado orgulhoso.

Voltando à trama, a família se divide quando chegam ao Reino, Scott e Cassie de um lado, enquanto Hope; Hank e uma Janet nervosa estão do outro. Agora, as coisas vão caminhando para a chegada Dele, alguém sem nome e que é conhecido apenas como Conquistador. Relatos são contados e um temor vai se formando em torno deste ser que vem causando dor nos habitantes deste mundo, o que faz com sua primeira aparição seja bastante imponente, tal quais as histórias ditas sobre ele.

Janet ganha muito mais destaque neste longa, merecidamente, Michelle Pfeiffer entrega um show de atuação. Ouso dizer que a trama gira em torno dela, pois as motivações Dele vem do seu passado com a Vespa original. É ótimo ver a Michelle tendo seu momento, afinal, não é sempre que vemos atrizes mais velhas ganhando destaque em produções como esta, infelizmente.

Marvel Studios/Divulgação

O carisma de Paul Rudd como Scott Lang também permanece aqui, sua motivação é exclusivamente salvar sua filha, todo o resto é consequência deste desejo. Todas as suas ações são pela Cassie e, convenhamos, não existe motivo melhor para se lutar do que seus filhos, não é mesmo?

E, quanto à Ele? Não é surpresa que o Conquistador é o próprio Kang, interpretado de forma sublime por Jonathan Majors. O ator não é um comediante, não é um piadista e eu já digo isso para aqueles que reclamam do humor utilizado nos filmes do estúdio se tranquilizarem. O ódio e ressentimento sentidos por Kang são visíveis, toda a frustação do personagem são brilhantemente vividos por Jonathan, é algo muito diferente do Thanos, que passava a maior parte do tempo calmo e com seu objetivo em mente.

Kang não é calmo, ele tem raiva, ele tem ambição e um ego enorme. O vilão não veio brincar, ele não veio perder tempo, ele tem uma missão, um objetivo e vai fazer de tudo para conquistá-lo. Devo dizer que a luta entre ele e o Homem-Formiga foi muito divertida de assistir, principalmente nos momentos finais.

Marvel Studios/Divulgação

AAAHHH e o MODOK? Gente, MODOK é uma piada nos quadrinhos, nas animações e aqui também. Sem mais.

Por fim, Quantumania possui duas cenas pós-créditos! Vejam ambas! A primeira é importante para o futuro do MCU, já a segunda para uma produção em específico… o que não deixa de ser relevante.

É um filme que vale o ingresso sim, é diferente de seus antecessores, apresenta uma história fechadinha naquele mundo, com um roteiro simples mas de fácil compreensão. Ah, e simples não quer dizer ruim e nem fraco, mas depois de Multiverso na Loucura onde você precisava fazer o dever de casa para entender o que se passava, neste daqui você apenas precisa ter como base os dois primeiros filmes do herói título.

Minha nota para este longa é um 7,0, por que não ganhou um dez? O MODOK poderia ter apresentado uma história mais envolvente e a Cassie poderia ter uma atriz melhor… mas, paciência.

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania está em cartaz nos cinemas brasileiros com cópias dubladas e legendadas.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*