Análise | Godzilla e Kong: O Novo Império entrega exatamente aquilo que se espera

Reprodução.

Posso estar exagerando ao afirmar que Godzilla e Kong: O Novo Império, o novo capítulo do MonsterVerse entrega exatamente o que se espera? Talvez. Ou talvez quem não tenha encontrado o mínimo de diversão aqui tenha vindo buscar algo que este universo nunca proporcionou: bons roteiros e e desenvolvimento plausível de personagens. Agora, se tudo o que você busca são monstros ‘caindo na porrada’ quase que sem motivo, sim, este é o filme que você quer ver. Uma típica farofada de domingo.

A história traz um novo motivo para um encontro entre Godzilla e Kong, com o surgimento de uma nova e perigosa ameaça que pode emergir das profundezas da Terra. Ao contrário de seu antecessor, aqui eles terão de unir suas forças para impedir que o pior aconteça. Mas já antecipo, é uma ameaça difícil de acreditar, e que diante dos colossais, chega até ser cômico que realmente algo vá acontecer com eles ali. Na verdade o roteiro sabe tanto que seu vilão não é um perigo real que se quer faz questão de mostrar que “o mundo” está com medo de alguma coisa. Eles viajam para vários países, e em nenhum momento um desespero ou comoção é tratada.

Warner Bros. / Divulgação

Embora o título sugira a presença constante dos monstros, é Kong quem rouba o protagonismo. Entendo que seja mais fácil trabalhar com ele se comparado ao rei dos monstros, e isso não me incomodou nenhum pouco, uma vez que a graças ao Kong que passamos a conhecer mais deste mundo, a Terra Oca e os segredos que ela nos guarda. A proximidade da besta fera com os trejeitos de nós, seres humanos, tornam a conexão muito mais fácil e fluída — e todas as peripécias do Kong em seu território são ações que sem dúvidas teríamos igual. Porém sim, o Godzilla como um coadjuvante de luxo é um pouco decepcionante, quando ele aparece impressiona, mas podia ter aparecido mais.

Warner Bros. / Divulgação

Agora sobre o núcleo de humanos, tido como ‘dispensável e indispensável’, pelo menos desta vez não incomoda como nos anteriores. Se em Godzilla, de 2014, eles gritavam por um protagonismo (acima de seu protagonista, ora, o kaiju), estão mais contidos e existindo apenas por existir. Felizmente não atrapalham e funcionam apenas como pontas do roteiro levando o espectador de um lado para o outro, tornando a compreensão mais simplificada do que ela já é por si só. É aquilo, se os monstros ainda não os liquidaram da face da Terra, precisamos aturá-los.

Por fim, Godzilla e Kong: O Novo Império é uma divertida opção para desligar a mente após um longo dia de trabalho. É divertido do começo ao fim, tem boas cenas de combate, excelentes efeitos visuais e aquilo que se busca neste tipo de projeto. Não espere nada além disso, nada além do que “monstros digitais saindo na porrada”. É isso que você quer? Então este é o seu filme.

Godzilla e Kong: O Novo Império está em cartaz nos cinemas brasileiros.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*