Análise: Gachiakuta | Disputa de classes, versão anime de ‘lutinha’

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Gachiakuta promete ser um dos animes inéditos mais populares desta Temporada de Julho na Crunchyroll — ao lado das segundas temporadas de DanDaDan e Kaiju No. 8. Uma prova é que a plataforma exibirá a dublagem simultânea desde a estreia, no dia 6 de julho. Normalmente, a versão em nosso idioma chega algumas semanas depois, o que demonstra bastante segurança com a aposta.

Mas, por qual motivo ele promete ser popular? Pelos elementos que o mesmo agrega: protagonista nervoso e com senso exacerbado de justiça, com uma pitada de desejo de vingança; habilidades especiais; criaturas que lembram os Hollows de Bleach e uma equipe com nome aleatório e seus membros pouco convencionais – os Zeladores.

Outra coisa que talvez agrade alguns e sirva como tema de TCC para algum nerd universitário, é a “trama sombra” que permeia a história: a desigualdade social. Temática já abordada por diversos pontos na cultura pop, sendo um despertar da curiosidade. Afinal, a discrepância na sociedade em que vivemos como um todo está presente de todas as formas, em todos os cantos. Aqui muito bem trabalhada.

BONES FILM / Divulgação

No mundo de Gachiakuta, existem duas sociedades separadas por um enorme muro – uma com gente rica e outra composta por pessoas humildes, aqui chamadas de Tribais (esta escolha não foi aleatória). O lixo das pessoas é simplesmente jogado num abismo, assim como aqueles que cometem crimes terríveis e hediondos, tais como assassinato.

Neste cenário, temos nosso protagonista: Rudo, um garoto de cabelos prateados que vive na parte dos Tribais e costuma usar uma luva. O rapaz sofre com o desdém das pessoas de sua região, por conta do passado de seu pai biológico. Ainda assim, ele não reage as provocações graças aos ensinamentos de seu pai adotivo. É muito interessante o fato de pessoas que são tratadas como ‘imundas’ pela parte abastarda, tenha o mesmo tipo de comportamento por um igual baseando-se apenas em suposições e rumores – isso lembra bastante nosso próprio mundo.

Mas como todo bom protagonista atual sofre – não basta ser overpower, ele precisa de um background choroso – o rapaz acaba sendo condenado por um crime que não cometeu. E, aqui, vemos mais semelhanças com nossa realidade já que os policiais – chamados de Apóstolos – não se importam com o coitado do Rudo gritando ser inocente. Diante disso, ele é condenado.

BONES FILM / Divulgação

Como dito acima, o lixo e pessoas criminosas são jogadas de um abismo e o mesmo ocorre com Rudo, que promete vingança. Mas ele não tem poderes? Não sabe voar? Não tem um Kame-hame-há? Um Rasengan? Uma Bankai? Um Detroit Smash? Uma Expansão de Domínio? Bem, até este momento não.

Rudo é jogado em um mundo maltratado e pior do que aquele em que vivia. Aqui, as pessoas precisam conviver com o lixo dos de cima e criaturas não muito amigáveis. Agora sim, ele acaba descobrindo mais sobre suas habilidades e quem ele é – sem falar que o mesmo ainda pretende subir e se vingar. Se eu falar mais do que isso, poderão vir grandes spoilers.

De toda forma, Gachiakuta promete agradar aos amantes de shounen pois trata-se de um título que bebe muito da fonte. E, só para lembrar, o estúdio BONES costuma entregar ótimas obras.

BONES FILM / Divulgação

Claro, foram apenas os dois primeiros episódios e a história tem muito chão pela frente. É torcer para a mesma não se tornar algo arrastado, desinteressante e que desenvolva bem seus personagens – assim como espero que as lutas sejam bem coreografadas e surja algum vilão promissor. Dito isso:

Nota: 7/10

Gachiakuta estreia dia 6 de julho na Crunchyroll, com dublagem, áudio original e legendas em português.

Agradecimentos à Crunchyroll pelo envio do material.

*As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não remete necessariamente a posição do ANMTV*